Foram seis meses horríveis, com a imprensa criticando o seu mau estado físico e com a equipe jogando pior que nunca, mas o Barcelona ainda tinha uma última oportunidade contra o Manchester United para ir para a final da Champions League.
Teria sido a segunda para Rijkaard... e também a segunda para Ronaldinho que ainda teria podido reorientar a sua carreira no Camp Nou. Talvez a história tivesse sido diferente e Guardiola nunca teria chegado a dirigir a equipe dos seus sonhos, não teria havido 'tripletes'... Mas não foi assim.
Zambrotta perdeu uma bola mortal no Old Trafford e o Manchester United acabou com o Barça de Ronaldinho. Um confronto onde o brasileiro quase não atuou. Os problemas físicos e seu péssimo estado o haviam afastado pouco a pouco do seu 'Barça' até o ponto de que seus últimos dias de 'azulgrana' foram um calvário.
Mas Ronaldinho, transferido ao Milão, se despediu como sempre soube fazer no Camp Nou, sorrindo:
"Faço extensivos os agradecimentos à diretoria que me apoiou e à imprensa que me acompanhou. Fico com os melhores momentos de uma etapa excepcional. Houve muitos, muitíssimos. Gostei de ser feliz no Barcelona e com o Barcelona.
Guardarei no meu coração tanto afeto. O futebol é um jogo, é uma festa, é um esporte para desfrutar e fazer desfrutar. Se deve jogar futebol sorrindo. Assim é como o entendemos. Obrigado por sorrir comigo", concluia 'Ronnie' a carta onde também agradecia aos seus companheiros e ao resto de membros do time pelos títulos e os prêmios individuais.
"Os brasileiros jogamos futebol também para fazer feliz aos outros. Esse foi um dos meus objetivos e me dou por satisfeito por ter conseguido. Para mim foi uma honra jogar com jogadores de tão alta qualidade profissional, mas sobretudo, humana. Com muitos deles, não só fomos companheiros, mas amigos também. Fomos um grande grupo e todos contribuíram com a sua porção de sucesso", recordava o mago brasileiro.
Ronaldinho pedia uma última despedida do Barcelona, que finalmente teve numa 'partida-homenagem' logo a seguir. Um adeus que o emocionou e com o qual se reconciliou com um clube que hoje representa por todo o globo. Longa vida a Ronnie!