Enquanto troca de treinador e tenta se reerguer na Série B, o Internacional recebeu a notícia, pelo STJD, na quarta-feira (31), de que poderia ser excluído de competições nacionais por causa do caso Victor Ramos. O Colorado ainda aguarda a denúncia da Procuradoria, mas já tem sua defesa pronta.
"Recebemos positivamente a novidade que foi a descoberta de quem alterou as mensagens e que como havia sido dito não foi ninguém ligado ao Inter No nosso entendimento, houve equívoco, injustiça e desproporcionalidade. Vamos aguardar o exame", disse o vice jurídico do Inter, Gustavo Juchem, ao GloboEsporte.
Além disso, o Internacional divulgou nota oficial no seu site, nesta quinta-feira (1), a respeito da conclusão do inquérito aberto pelo STJD. No texto, o clube confirma que tem absoluta certeza sobre a inocência de todos os atos praticados pelo clube e pelos profissionais que o representaram no processo.
Inter divulga nota oficial sobre os últimos desdobramentos do Inquérito do Caso Victor Ramos no STJD. Saiba mais -> https://t.co/63EA7LcnsH pic.twitter.com/rZkcxl66BI
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A troca de e-mails, inicialmente utilizada pelo clube para tentar provar que tinha razão ao informar à CBF a escalação irregular do zagueiro, agora terá a o embasamento de quatro peritos. Esta é a forma que o Inter pretende se defender da possível acusação. Confira:
Segurança digital
Foi realizada uma perícia nas caixas de e-mail do empresário e do advogado paulistas que receberam o documento do México e o repassaram ao Inter, e também na caixa de e-mail do advogado colorado que recebeu o documento.
"O conteúdo da compilação da troca de e-mails não foi alterado", escreve Guilherme Macedo, responsável pelo parecer, em um documento denominado "Relatório de Investigação Forense Digital".
Linguística
O professor de língua portuguesa Cláudio Moreno, atesta que as mudanças ocorridas no texto dos e-mails não alteraram a mensagem.
"As diferenças da cópia com o texto original não alteram em nada o texto e o seu conteúdo", garantiu o professor.
Justiça penal
O advogado Miguel Real Júnior, um dos autores do pedidod de impeachment da presidente Dilma Rouseff, especialista em direito penal, não vê crime de falsidade ou de uso de documento falso por parte do Inter.
"A alteração ocorrida manteve idêntica a força probante do conteúdo. (...). Não houve a prática de qualquer modificação material na compilação por parte de quem quer que seja do SCI (Sport Club Internacional), seja diretor, funcionário ou advogado. (...) Para se configurar o crime de uso de documento falso, é necessário ter o usuário ciência de ser o documento falso", confirmou ele.
"Inexiste falsidade ideólogica, o mesmo se aplicando à falsidade material, quando o documento é submetido ao exame da Administração Pública ou da Justiça, por meio de seus órgãos...", acrescentou ele.
Parecer cocumentoscópico
Segundo esta parte do relatório, assinado pelos peritos Oto Henrique Rodrigues e João Henrique Rodriguez, houve falhas na metodologia utilizada pelos peritos contratados pelo tribunal. Eles afirmam que a perícia do STJD "deve ser desconsiderada", pois foi "executada completamente fora das normas, preceitos e metodologia pericial documentoscópica".