Paulinho destacou-se no Corinthians que tudo ganhou entre 2011 e 2012, e no verão de 2013 'deu o salto' para a Europa, que lhe abriu as portas por meio dos ingleses do Tottenham.
Custou 19,73 milhões de euros (cerca de 69 milhões de reais, ao câmbio atual) aos cofres dos 'spurs' - então treinados pelo português André Villas-Boas -, e chegou bem cotado. Mas o segundo ano em 'Terras de sua Majestade' não ia correndo bem, e a meio da temporada surgiram os milhões da China e não deu para resistir. Em conversa com a 'Brasil Global Tour', o volante de 28 anos relembrou os tempos em Inglaterra.
"Na minha primeira temporada, quando cheguei em 2013/2014, eu atuei a temporada inteira na minha função. A minha primeira temporada foi muito boa, consegui jogar a maior parte dos jogos, teve mudança de treinador. Eu cheguei em julho, em dezembro o Villas Boas saiu e entrou o outro inglês, eu continuei jogando e aí quando acabou houve a troca pelo Pochettino e não atuei muito. Na minha função eu sei que eu atuei no máximo 4 jogos, nas outras partidas eu atuava como meia, como se fosse um camisa 10, joguei na esquerda, na direita. Não tenho o que questionar, eu cumpri a função que ele pedia mas que na segunda temporada eu não atuei na minha função praticamente a temporada inteira. Nas vezes em que pude atuar na minha função eu dei o meu melhor, consegui jogar o futebol que sempre joguei, fui eleito o melhor da partida, mas o fato de jogar em outras funções prejudicou sim e foi aí que eu vi que tinha que respirar novos ares para poder jogar mais na minha função".
Ficou então alguma mágoa de Mauricio Pochettino? Paulinho diz que não.
"Não, mágoa nenhuma. Teve alguns momentos que ele me falou que enquanto eu treinasse da mesma forma que eu vinha treinando não tinha como não jogar, eu continuei fazendo o meu trabalho, treinando bem, mas isso não foi cumprido. Ele teve as opções dele, no momento ele achou que era a melhor opção para ele, para o time, sem problemas, mas acho que se ele me desse oportunidade na minha função para ter uma disputa talvez eu tivesse rendido mais. Quando eu tive oportunidades nós fizemos grandes jogos, ganhamos, eu fiz o que sempre fiz na minha posição. Mágoa nenhuma e desejo todo sucesso para ele, tenho respeito muito grande, pela comissão mas eu acho que poderia ter sido mais aproveitado na minha função. Quando vi que não tava resolvi me retirar".
Tendo em conta o sucedido, o internacional brasileiro não diz que não a uma segunda chance na Europa, caso ela surja.
"Eu sou um cara que sempre deixo as coisas para acontecer nas mãos de Deus, é difícil eu falar porque no futebol as coisas acontecem rápido, tava lá no Tottenham, aconteceu a proposta da China, sentei, pensei e vi que o momento era para eu sair para poder jogar, outro time, novos ares. Hoje vejo que tomei a atitude certa, no momento certo. Se tiver que voltar vai ser da vontade de Deus, se achar que devo retornar eu vou retornar. Se houver oportunidade vou com maior felicidade do mundo, se voltar é porque tinha que voltar. Talvez para que eu possa iniciar uma nova história na Europa. Se eu continuasse no Tottenham talvez eu estivesse muito bem lá, não descarto porque para retornar deixo com certeza nas mãos de Deus".