Após não conseguir aplicar o seu modelo de jogo de maneira efetiva contra o Flamengo, na ida das semifinais da Copa do Brasil, o Botafogo busca o equilíbrio para chegar à sua segunda decisão no torneio que jamais conquistou.
No empate sem gols com o rival, na última semana, a postura do time de Jair Ventura sofreu críticas: sua equipe ficou muito mais na defesa do que no ataque. Mas o grande problema não é esse. Como é um time cujo modelo de jogo é baseado na reação, o que faltou foi mais atenção no passe e na hora de contra-atacar.
Exatamente por isso, o 'Glorioso' precisa estufar as redes no Maracanã, quarta-feira (23), se quiser avançar de fase. Qualquer empate com gols classifica o 'Alvinegro', e Rodrigo Lindoso, um dos destaques no meio-campo do time falou sobre o clássico e a postura de sua equipe.
“Os números são favoráveis nessa situação. Também contra o Atlético Mineiro, quando não fizemos o nosso dever lá e resolvemos no jogo da volta. Não é pelo Flamengo estar jogando com mais torcida que vamos ficar com a bunda lá atrás. O clássico pode ser em qualquer lugar do mundo que sempre as chances serão iguais”, disse o jogador, que garantiu: “Vamos entrar para fazer o nosso melhor futebol, que alguns podem até não gostar, mas é efetivo”.
De fato, o Botafogo comandado por Jair Ventura tem sido marcado pela efetividade. Em 2016, saiu da zona de rebaixamento para conseguir uma vaga na pré-Libertadores; na atual temporada, sempre mostrou brio e conseguiu, ainda que a duras penas, os objetivos principais. O grupo sabe as suas limitações, e foca na força de seu conjunto: destruir os lances adversários e reagir de forma efetiva.
Contra o Flamengo, esse foi o problema. Ao mesmo tempo em que o rival soube equilibrar as suas linhas de marcação, levou perigo ao propor o jogo com jogadores habilidosos – como Diego, por exemplo. Até aí, nenhuma novidade para um Botafogo acostumado à pressão. O problema foi na reação: em nenhum outro jogo desta Copa do Brasil o 'Alvinegro' finalizou tão pouco. E tão mal!. Foram apenas 5 arremates a gol, sendo que apenas um foi na direção certa.
O ‘clima de Libertadores’, também foi citado por Lindoso como escola para enfrentar um Maracanã lotado de 'rubro-negros'. Na competição continental, o Botafogo fez seis partidas e conseguiu o resultado buscado em quatro ocasiões. Nas duas derrotas, contra Olímpia e Estudiantes, o que pesou não foi a posse de bola [34% contra os paraguaios e 56,7% frente aos argentinos, respectivamente]. Foi o número pequeno de arremates na direção certa: 2 em cada duelo.
Para avançar à final da Copa do Brasil, e seguir no sonho de voltar a levantar um título nacional após 22 anos, o 'Glorioso' vai precisar jogar nas suas características: defesa sólida e firme. Mas será preciso acertar o pé – ou cabeça – nos arremates.