Por João Henrique Castro
O empate entre Cruzeiro e Flamengo no jogo de ida da Copa do Brasil fez justiça a uma partida em que os 'rubro-negros' tiveram a posse de bola, mas foram ineficientes ofensivamente, enquanto os celestes armaram perigosos contra-ataques e se viram brevemente em desvantagem após um grave erro da arbitragem que não assinalou o impedimento de Lucas Paquetá, autor do gol que abriu o placar no Maracanã.
A torcida cinco estrelas deu show e comandou a festa no estádio e a igualdade no placar aumenta a confiança no título diante de um Mineirão plenamente azul. Todavia, e é importante frisar, não há nada resolvido. Aliás, sequer uma vantagem contundente para uma equipe ou para a outra.
Sobreviver bem ao jogo de ida era a missão principal e foi cumprida com êxito pelo time cinco estrelas. A defesa esteve em noite inspirada, ainda que o lado esquerdo tenha sofrido com as investidas de Berrio e a marcação sobre as infiltrações de Willian Arão não tenham sido muito eficientes. De negativo, o desempenho do quarteto ofensivo titular que pouco produziu ao longo do jogo.
Alisson foi o mais incisivo dos quatro enquanto Rafael Sobis não aproveitou uma oportunidade de ouro de espantar a má fase. Amarelado, será ausência na grande decisão.
Com Robinho pouco inspirado, e desgastado como se notou nos contra-ataques nos minutos finais, Thiago Neves pouco produziu. De alento, o incêndio na defesa rubro-negra causada pelas entradas de Raniel, Rafinha e, principalmente, Arrascaeta.
O uruguaio, aliás, foi o autor do gol de empate que fez com que todo cruzeirense se lembrasse do momento em que Alex silenciou o Maracanã em 2003. Um excelente preságio. Mas que só ficará para a história de fato se o filme se repetir por completo e a taça se encaminhar para a 'Toca da Raposa' no duelo de ida.
Nas outras quatro vezes em que as duas equipes se enfrentaram pela Copa do Brasil, em três o placar do Maracanã foi 1-1. Nas campanhas dos títulos de 1996 e 2003, deu Cruzeiro. Em 1995, a única vez que o Mineirão viu uma vitória 'rubro-negra', 1x0, abriu o caminho para a classificação flamenguista no jogo do Rio.
Ainda como curiosidade, nos outros quatro confrontos quem decidiu em casa levou a melhor. Não é hora de romper a tradição. A confiança é alta, mas a luta será grande para, ao final da noite do dia 27 de Setembro, possamos gritar: "Pentacampeão!"
João Henrique Castro é professor, historiador e, obviamente, cruzeirense. Daqueles que sabe que nada brilha mais no céu do que as cinco estrelas que traz no peito.