Merecimento. A palavra tantas vezes usada por Tite no tempo em que comandou o Corinthians e agora também na Seleção brasileira é perfeita para descrever o retorno do goleiro Cássio à 'canarinha'. Vivendo um dos melhores momentos da sua carreira, ele foi convocado para os duelos contra Equador, no dia 31 de agosto, em Porto Alegre, e Colômbia, em 5 de setembro, em Barranquilla, pelas Eliminatórias da Copa do Mundo de 2018.
“O Cássio se credenciou a essa situação de uma forma muito tranquila. Pelo desempenho que ele tem e, se pegar a regularidade, os últimos quatro ou cinco anos dele. Pega 2012 para cá e você vê o nível. Teve um momento, comigo, de não estar na equipe, ser retirado, porém, uma retomada e um redirecionamento até a convocação”, declarou Tite, ao justificar a convocação do goleiro.
Com grandes atuações, Cássio é hoje um dos pilares da equipe comandada por Fábio Carille, que lidera o Brasileirão e está invicta na temporada há 34 jogos. Além de estar jogando muito bem, o goleiro não sofreu gols em 29 dos 49 jogos que disputou em 2017.
Cássio tinha sido convocado pela última vez para o 'escrete' em outubro de 2015, com Dunga, que o levou para os jogos contra Argentina e Peru, pelas Eliminatórias.
“Vou aproveitar para mostrar meu trabalho na Seleção, me dedicar nos treinamentos, fazer o meu máximo. O Tite me conhece, trabalhou comigo, sabe o que posso render. Estarei representando a Seleção. Mas agora vou me preocupar em dar meu máximo no Corinthians, e depois quando estiver lá representar bem a Seleção. Quero deixar uma boa impressão e futuramente voltar a ser lembrado”, afirmou o goleiro, em entrevista coletiva nesta quinta (10), no CT Joaquim Grava.
Apresentado como reforço do Corinthians em fevereiro de 2012, Cássio assumiu a meta alvinegra após as falhas de Júlio Cesar no Campeonato Paulista do mesmo ano. Tranquilo e seguro, o goleiro atuou em todas as partidas do 'mata-mata' da Copa Libertadores da América, quando sofreu apenas dois gols em oito partidas.
Um dos destaques da invicta campanha corintiana na competição sul-americana, Cássio conquistou de vez a Fiel no confronto contra o Vasco pelas quartas de final. Antes de o volante Paulinho fazer o gol da classificação para as semifinais, o camisa 12 salvou a equipe quando conseguiu desviar levemente o chute de Diego Souza, que poderia ter mudado a história do torneio.
No Mundial de Clubes, Cássio voltou a operar verdadeiros milagres, principalmente na decisão contra o Chelsea, terminou o torneio sem ser vazado e se tornou o segundo goleiro a ganhar a Bola de Ouro da competição intercontinental.
Quarto goleiro que mais vezes defendeu o Corinthians na história, com 301 jogos, Cássio conquistou em seguida o Campeonato Paulista e a Recopa Sul-Americana em 2013, além do Brasileirão em 2015.
No ano passado, o goleiro viveu um período de baixa e chegou a perder a vaga de titular para Walter, mas recuperou a posição no início da atual temporada quando o companheiro de posição sofreu uma lesão na região das costelas e voltou a se firmar com boas atuações. No título paulista deste ano, inclusive, foi escolhido como capitão da grande decisão contra a Ponte Preta e teve a honra de levantar a taça.
“Quando a gente cai, tem que se levantar rapidamente, fazer uma auto-crítica do que melhorar, o que deixar de lado, qual seu objetivo. Desde o ano passado conversei muito com minha família e minha esposa sobre o que almejava. Coloquei na balança o que ia me acrescentar e o que não ia ajudar. Fui feliz nessa escolha, abri mão de coisas que não me ajudavam. Meu crescimento foi nítido”, finalizou Cássio.