No aniversário de 40 anos da histórica decisão do Campeonato Paulista de 1977, quando o Corinthians encerrou contra a Ponte Preta um jejum de quase 23 anos sem a conquista de um título expressivo, as duas equipes viveram uma temporada repleta de jogos marcantes, incluindo a final do estadual desta temporada, também vencida pelo Timão.
Neste domingo (29), no Moisés Lucarelli, em Campinas, as duas equipes se enfrentam pela última vez em 2017 em um jogo também com caráter decisivo já que o Corinthians tenta se aproximar do título do Brasileirão, enquanto a Macaca tenta escapar do rebaixamento.
Enquanto a bola não começa a rolar pelo jogo válido pela 31º rodada da competição nacional, a 'Goal Brasil' relembra tudo o que aconteceu na histórica decisão de 1977.
De 6 de fevereiro de 1955 até o dia 13 de outubro de 1977, o Corinthians passou 22 anos, oito meses e sete dias sem conquistar um título expressivo. No dia da conquista, o Timão entrou em campo com a vantagem de um duplo empate no tempo normal e na prorrogação para conquistar o Paulistão por ter tido mais vitórias ao longo da competição, mas a Macaca contestava o regulamento por ter feito mais pontos e chegou a ameaçar não voltar a campo se tivesse que jogar o tempo extra.
Tudo, porém, acabou sendo decidido no tempo normal mesmo com o gol histórico de Basílio aos 36 minutos e 48 segundos da etapa final. Após um grande bate-rebate na área, o camisa 8 pegou o rebote e fez o gol que o colocou para sempre na história do Corinthians.
Autor de um dos gols mais reprisados da história do clube alvinegro. Isso bastou para Basílio entrar para sempre na história do Corinthians e até hoje receber demonstrações de gratidão das mais diversas gerações de corintianos. Por conta desse gol, inclusive, o camisa 8 ganhou o apelido de Pé de Anjo.
Basílio chegou ao Corinthians em 1975 vindo da Portuguesa. Além do título de 1977 também conquistou o Campeonato Paulista de 1979 em outra decisão contra a Macaca. O meia deixou o Timão em 1981. Ao todo disputou 253 partidas e marcou 29 gols.
Todas as partidas da decisão do Paulistão daquele ano aconteceram no Morumbi por decisão da Federação Paulista de Futebol. No primeiro duelo, Palhinha fez, de rosto, o gol da vitória do Timão por 1-0.
Confiantes no título já que um empate já bastaria para o Corinthians sair da fila, a Fiel lotou o Morumbi no jogo de maior público da história do estádio: 138.032 pagantes. Com a bola rolando, porém, deu Ponte Preta 2-1. Dicá e Rui Rei fizeram os gols da Macaca, enquanto Vaguinho fez para o Timão.
A decisão foi para o terceiro jogo. Em uma quinta-feira à tarde, 86.677 assistiram ao histórico gol de Basílio que deu o título ao Corinthians.
Ao longo do jejum, o Corinthians levantou 15 taças, mas nenhum delas de grande relevância. A mais conhecida foi o Rio-São Paulo de 1966, mas a conquista foi dividida com Botafogo, Vasco e Santos. O Timão ainda levou o Torneio Internacional Charles Miller, em 1955, a Copa do Atlântico (dividido com o Boca Juniors), em 1956, o Pentagonal do Recife, em 1965, a Copa Cidade de Turim, em 1966, o Torneio Costa do Sol, em 1969, o Torneio do Povo, em 1971, entre outros.
Dois anos depois, o Corinthians voltou a ser campeão do Paulistão sobre a Ponte Preta após vencer o primeiro jogo por 1-0, empatar sem gols o segundo e triunfar por 2-0 no último duelo, com gols de Sócrates e Palhinha.