Nascido e criado no Rio de Janeiro, Deivid nunca escondeu que seu time de infância é o Flamengo, mas bem antes de atuar no clube de coração, o ex-atacante se sagrou campeão da Copa do Brasil pelo Cruzeiro em cima do 'Rubro-Negro', em 2003. Naquela época, a equipe 'Celeste' tinha uma verdadeira constelação e era favorita ao título.
Em entrevista exclusiva à 'Goal Brasil', o ex-camisa 9 relembrou o duelo daquele ano, que também foi divido em dois jogos, e afirmou que a equipe do Cruzeiro se sentia favorito ao título, que se confirmou no Mineirão.
"Pelo momento que a gente vivia na época a gente se sentia favorito. A gente tava jogando um futebol que estava convencendo e nos credenciava a isso. Mas o mais importante foi impor isso dentro do campo, conseguimos fazer respeitando o Flamengo. Nosso time vinha num embalo muito grande".
Na ocasião, Vanderlei Luxemburgo, que era treinador do Cruzeiro, havia pedido durante as palestras para a equipe segurar o Flamengo no Maracanã e levar a decisão para o Mineirão. Mas segundo Deivid, quando os atletas viram a escalação do 'Rubro-Negro' sentiram que poderiam sair do Rio de Janeiro com a vantagem.
"A estratégia era essa [segurar o Flamengo], mas quando vimos que eles vinham com três zagueiros, nós percebemos que estavam respeitando muito a nossa equipe. O Luxa falava, vamos controlar o jogo nos quinte minutos, eu conheço bem aqui, eu cresci aqui dentro. A gente fez isso, depois começamos a atacar e fizemos o primeiro gol, a pressão virou ao contrário. Tomamos um gol no finalzinho que deixou a gente frustrado mas ainda assim foi um bom resultado".
Com a vantagem embaixo do braço, o Cruzeiro nem teve tempo se prender a ela no jogo da volta. Logo no primeiro minuto Deivid abriu o placar para complicar ainda mais a vida dos 'Rubro-Negros'.
"Eu tive a felicidade de uma jogada com o Alex, que a gente sempre fazia, e no primeiro minuto abrir o placar, deu tranquilidade para a gente conseguir fazer o nosso jogo. Depois em 15 minutos fizemos mais dois e aí praticamente definimos a partida".
Além da Copa do Brasil, o Cruzeiro daquele ano faturou também o Campeonato Mineiro e o Brasileirão, a chamada tríplice coroa. Esse, talvez, tenha sido o ano mais vitorioso da história do clube e para Deivid o entrosamento dentro e fora de campo fez toda a diferença para formar o time tão vencedor.
"Nos conheciamos muito bem, dentro e fora de campo. O mais importante daquele grupo, além de jogar por música, de um entender a característica do outro, o mais importante era o fora de campo. Quando acabava os treinos saíamos, iamos comer açai perto da Toca, a gente conversava sobre os treinamentos fora do clube, sobre os jogos. Além de estar junto dentro de campo, estavamos juntos fora também".
Diferente de 2003, quando o time Cruzeirense era bem superior ao 'Rubro-Negro', este ano está bem equilibrado, as duas equipes se equivalem e vivem momentos parecidos na temporada. Mesmo assim, Deivid acredita que a equipe Celeste leva uma ligeira vantagem sobre o Flamengo.
"Eu vejo um duelo muito equilibrado, mas acho que o Cruzeiro leva uma certa vantagem pelo Mano estar a mais tempo no cargo. Conhecer mais os atletas. O Rueda chegou agora, difícil implementar sua filosofia, o conceito de jogo em um mês. Ele é um cara estudioso, ele está acompanhando, estudando a equipe do Cruzeiro e acredito que ele vá colocar o melhor time em campo".
Durante a carreira, além de defender os dois clubes, Deivid também teve a oportunidade de atuar ao lado de dois jogadores que podem fazer a diferença na partida desta quinta-feira, Thiago Neves e Diego. Ele analisou a características dos dois e afirmou que não consegue escolher entre um ou outro.
"Eu joguei com os dois, com o Diego começando a carreira e joguei com o Thiago no meio da carreira, são dois jogadores de características diferentes. O Thiago é mais agudo, um cara que sabe fazer gols, de fazer mais gols, de entrar mais na área. O Diego é um jogador que pifa mais a bola, que cadencia mais o jogo. No meu time jogaria os dois com certeza. São dois grandes jogadores".
Por fim, Deivid preferiu não palpitar sobre quem vai faturar a taça, mas deixou claro que torce para que seja um grande jogo de futebol.
"Não tenho palpite até porque eu tenho um carinho pelos dois clubes. Joguei pelos dois e fui muito feliz nos dois. Quando você vira profissional você torce para o bom futebol, que vença o melhor. Eu acredito que vai ser um grande jogo, torço por isso, para que os dois times joguem de uma forma que á prender a gente".
Flamengo e Cruzeiro se encaram nesta quinta-feira(7), às 21:45 de Brasília (01:45 de Lisboa), no Maracanã. A partida é válida pelo primeiro jogo da decisão da Copa do Brasil.