Quinta-feira (16) agitada na política do Vasco da Gama. Em decisão liminar da juíza Maria Cecília Pinto Gonçalves, da 52ª Vara Civil do Estado do Rio de Janeiro, ficou decidido que os votos da urna 7 da eleição presidencial do clube fossem desconsiderados.
Com isso, ao menos por enquanto, o candidato de oposição a Eurico Miranda, Julio Brant, foi considerado o vencedor do pleito. Ainda segundo a decisão, o rito do estatuto deverá tomar seguimento. Ou seja, em janeiro o Conselho Deliberativo será convocado, os 150 conselheiros fixos se juntarão aos 120 da chapa de Julio Brant e 30 da chapa de Eurico Miranda: este total de 300 votarão quem será o presidente cruzmaltino.
Em entrevista coletiva ainda nesta quinta-feira (16), Eurico Miranda garantiu que vai recorrer e questionou a rapidez com a qual a decisão judicial foi tomada. Além disso, o atual mandatário afirmou que até janeiro o Vasco seguirá com a sua rotina normal.
"O processo é contra o Vasco, atinge o Vasco. Como se a coisa fosse fraudulenta, e não é verdade. Atinge a administração. A situação do Vasco fica extremamente difícil”, afirmou. “Quero ressaltar uns pontos que me causaram estranheza. Uma ação que é levada a uma outra ação... as alegações que são feitas na terça-feira, com um feriado no meio, na quinta já são levadas em consideração. Ficar claro que vamos decorrer da decisão. Não tenho dúvida que essa decisão vai ser modificada, diante de tudo que foi feito. Cumprimos tudo que foi determinado”.
"Até janeiro não muda nada em termos de administração. Eu não vejo problema em retificar a ata. Não fui sequer citado e vocês dizem que tenho que fazer em até 72h. Não foi formalmente citado. Quando for é que vai começar a contar o tempo. O segredo de justiça não prevalece. Tomei conhecimento pelo site. Estou antecipando que vamos recorrer. Não tem efeito prático a decisão", completou.
Diretor jurídico do Vasco, Leonardo Rodrigues também criticou a decisão: “Não fomos intimados ainda. Entregamos 2 mil documentos, não me parece que haja tempo hábil para deliberar sobre isso. Me parece que a decisão tem um caráter abrupto, sem o Vasco ser previamente ouvido. Só a versão dos autores. Nos preocupa e será abordado no recurso é que quem diz que há fraude está usando de fraude no processo. Foi um tiroteio se lançando no Judiciário”.
No final de outubro, o Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro, decidiu que 691 sócios deveriam votar em uma urna separada. Tudo isso por causa de suspeitas de irregularidades, já que tais sócios entraram no quadro social cruzmaltino entre novembro e dezembro de 2015, mas não teriam comprovações de pagamentos.
Do total de 691 sócios, 475 votos foram colocados na chamada ‘Urna da Discórdia’. Deste total grande maioria dos votos foram direcionados a Eurico Miranda, que sem os votos da urna 7 não seria eleito para seguir na cadeira principal do clube.