Corinthians, Carille e Jô iniciaram a temporada em situação parecida. O clube alvinegro era considerado a quarta força do estado, o treinador não suportaria a pressão de dirigir a equipe e o centroavante, enfrentava a desconfiança de boa parte da torcida por conta da vida indisciplinada fora das quatro linhas. Agora, no fim de 2017, o jogador se tornou um dos principais destaques das conquistas do Paulistão e do Brasileirão e, fora das quatro linhas, um dos responsáveis por isso é o comandante que era auxiliar do Timão de 2009 até o início do ano.
No Corinthians desde 2009, quando foi convidado por Mano Menezes a se tornar auxiliar, Carille mostrou que a longevidade no clube foi extremamente importante para o seu sucesso no primeiro ano como treinador.
A maneira organizada de trabalhar, a sinceridade para reconhecer os erros cometidos e o fato de continuar próximo dos atletas foi outro ponto que ajudou o comandante a obter esse sucesso. Carille, inclusive, foi enfático ao dizer que tinha como objetivo não desistir de nenhum jogador do elenco e garantiu que iria recuperar Marquinhos Gabriel e Giovanni Augusto. Os dois, em pelo menos um momento, acabaram sendo importante na conquista do heptacampeonato.
Vale lembrar que após a saída de Oswaldo de Oliveira, Carille não era o plano A nem B da diretoria corintiana. Entre os torcedores, porém, havia quem queria ver o auxiliar sendo efetivado.
Seguindo a linha de trabalho dos seus mentores Mano Menezes e Tite, Carille montou um time organizado e determinado, que, com alguns destaques que poucos imaginavam que teriam tamanho sucesso no início do ano, fez um primeiro semestre histórico, sendo campeão paulista, e superou os obstáculos no momento mais difícil para arrancar no final e conquistar o Brasileirão.
Dentro de campo, um dos jogadores que superou a desconfiança de boa parte das pessoas foi Jô. Jogador mais jovem até hoje a vestir e marcar um gol pelo time profissional do Timão, o camisa 7, que encontrou na religião a força para dar a volta por cima, ganhou uma nova chance para deixar para trás os problemas extra-campo do passado e a agarrou.
“Temos que estar sempre cientes de tudo que fizemos. Eu tenho essa consciência e reconheço meus erros. Isso fez também com que eu amadurecesse. Claro que não queria ter passado por tudo aquilo, mas o bom é que hoje eu reconheço o quanto mudei. Poderia ter evitado, mas aconteceu. Hoje estou preparado para novos desafios e sei que tenho que fazer as coisas certas para poder evoluir”, afirmou Jô em entrevista exclusiva recente à 'Goal Brasil'.
Aos 30 anos, Jô se tornou um dos líderes do elenco, é o principal goleador do Corinthians na temporada, com 25 gols, e se o Brasileirão terminasse hoje seria o primeiro artilheiro da história do Timão na competição graças aos dois tentos marcados no triunfo por 3-1 sobre o Fluminense, que garantiram o heptacampeonato do clube alvinegro.