O Brasil finalmente tem o ouro olímpico. A única conquista que faltava para a equipe veio com Rogério Micale, nas Olimpíadas do Rio 2016. Apesar disso, não se sente valorizado. O treinador desabafou contra quem questiona o seu trabalho, elogiou Tite, mas fez questão de afirmar que o treinador da Seleção principal não teve influência no seu sucesso.
"É bom esclarecer bem isso. Escutei muita coisa sobre isso. Chega a ser chato porque o professor Tite é uma pessoa que tem sucesso. É consagrado. Tem feito um grande trabalho na Seleção. Estamos sentindo prazer de ver a Seleção jogar. Tem todos os méritos do mundo. Nesse caso, não saiu dele. Em momento nenhum saiu dele. O professor Tite foi almoçar com a gente. A pessoa dele era importante para a gente, assim como o telefonema do 'Felipão'. São pessoas que fortalecem com uma palavra firme. A pessoa trabalha um ano no modelo, no sistema", disse Micale no programa 'Bem, Amigos', da 'SporTV'.
"Muita gente da imprensa não avalia como são os conceitos de jogo do Tite e os meus. (...) Não teve reunião, não teve conversa de alteração de equipe. A partir do momento que assumi o cargo de técnico, não poderia ninguém se intrometer. (...) Falta de respeito, não to falando do Tite, mas sim de quem falou isso, com o Rogério Micale, porque tenho uma comissão técnica que trabalhou demais. Todo um pessoal que ralou muito e de repente as pessoas reduzem a um almoço. Aí é brincadeira", afirmou ele.
"Tínhamos um relacionamento de amigos de trabalho, conversamos. Nós trabalhamos, ele começando a se voltar para a área da principal. Nos encontrávamos em algumas oportunidades, mas não trabalhávamos na mesma sala. Chegamos a trocar ideias sobre futebol e, quando acabasse tudo, íamos estreitar mais essa relação de filosofia, conceito, forma de jogar, que não deu tempo", contou Micale.
"Acabou a Olimpíada, em agosto, depois peguei um mês de férias e em seguida fui para o Sul-Americano. Depois da Olimpíada, não tivemos mais contato", deixou claro o treinador.
Após chegar à Confederação Brasileira de Futebol (CBF) em maio de 2015, às vésperas do Mundial Sub-20, Micale substituiu Gallo em seguida e apesar da conquista do ouro inédito e de ter contrato com a CBF até o Jogos de 2020, foi demitido pela confederação, após o fracasso do país no Sul-Americano sub-20.