Os técnicos do Ministério da Fazenda da Espanha (Gestha) pediram à Agência Tributária Estatal (AEAT) que emita novamente os dados que dispõe sobre as publicações do Football Leaks, veículados no diário El Mundo, e que fazem referência a Cristiano Ronaldo.
Por meio de um comunicado, a Gestha considera que há indícios suficientes para que a Procuradoria-Geral da República tome parte do assunto:
"Gestha considera que, tendo em vista estes documentos - entre os que destacam os referentes ao jogador do Real Madrid -, poderia haver indícios suficientes para reenviar o caso à Procuradoria-Geral da República e que esta avalie se deve interpor a investigação. Se bem que os técnicos creem que este processo se dilatará até que o orgão tenha feito as atas vinculadas a três delitos fiscais do jogador português e o processo de cobrança destas dívidas se inicie.
Do contrário, a AEAT não computaria essas dívidas em seus resultados das atuações de controle. Por isso, o coletivo se pergunta até que ponto as revelações de Football Leaks estavam sob conhecimento da Fazenda ou se, pelo contrário, se encontraram com um caso de mais envergadura em relação à publicação dos dados.
Igualmente, os técnicos da Fazenda consideram que o diretor da AEAT deve explicar ao Congresso qual é o critério para enviar ou não à Procuradoria-Geral da República as grandes fraudes destes esportistas, assim como quais consequências penais poderiam acarretar que se ordene investigar só três anos e a razão deles".
Der Spiegel e El Mundo publicaram, nesta segunda-feira (5), novos detalhes sobre a trama de Cristiano Ronaldo e seu representante Jorge Mendes para iludir o fisco, segundo dados revelados pelo Football Leaks.
Segundo os jornais, a estrela lusitana utiliza uma empresa caribenha para guardar 150 milhões de euros sem declarar à Fazenda. O paraíso fiscal que oculta o montante se encontra na cidade de Road Town, capital das Ilhas Virgens Britânicas. Trata-se de um edifício que tem uma farmácia no subsolo, enquanto o primeiro piso conta com o escritórios dos advogados Icaza, Gonzalez Ruiz & Aleman.