Quando deixou o Santos rumo ao futebol chinês, Geuvânio estava em evidência. Era destaque no 'Peixe' e tinha um longo caminho de evolução pela frente. Mas com uma proposta irrecusável, o menino se transferiu para o Tianjin Quanjian, na época time de segunda divisão da China. Hoje, um ano e meio depois, recheado de expectativas, ele retorna ao futebol brasileiro para defender o Flamengo.
Mas o que será que a torcida Rubro-Negra pode esperar do jogador de 25 anos? Será que ele evoluiu como deveria no período em que esteve na Ásia? A 'Goal Brasil' conversou com Rodolfo Mohr, especialista no futebol chinês, para saber tudo sobre o novo reforço do Flamengo.
"É muito difícil fazer uma comparação entre o futebol brasileiro e o futebol chinês. O futebol chinês ainda está num momento inicial de desenvolvimento, deu passos consistentes nos últimos anos mas ainda muito abaixo do futebol brasileiro. O Geuvânio jogava no Santos, uma equipe de primeira linha no Brasil, jogando contra os maiores adversários do país. Lá na China, ele jogou a maior parte dos seus jogos na segunda divisão chinesa, muito difícil a comparação e mensurar a evolução dele, isso será testado e respondido de fato aqui no Brasil", começou por dizer Rodolfo,
Ele também falou sobre o desempenho do atacante na última temporada. Atuando pelo lado direito do campo e, as vezes, caindo na ponte esquerda, ele foi fundamental na luta do Tianjin para subir para a primeira divisão.
"Ele foi bem decisivo na campanha do acesso no ano passado, ele foi eleito o MVP (Most Valuable Player, ou seja, o Melhor jogador), eles usam a mesma expressão dos americanos. Ele foi eleito o melhor jogador da temporada pelos seus colegas de time, o Luis Fabiano foi eleito o melhor jogador da temporada pela organização do campeonato. Ele jogou 30 jogos no ano passado, fez dez gols e deu nove assistências. O Campeonato Chinês tem 30 jogos e ele jogou alguns jogos da Copa da China também. Ele foi titular e protagonista e teve um entrosamento bacana com o Jadson e o Luis Fabiano, os três sobre o comando do Luxemburgo e depois do Canavarro tiveram um grande desempenho", acrescentou.
Apesar dos bons números em 2016, este ano, Geuvânio acabou perdendo espaço no time de Fabio Canavarro e atuou bem pouco.
"O Geuvânio jogou muito pouco essa temporada, ele jogou só seis jogos porque mudou a regra de estrangeiros. O Pato foi contratado e é titular, o Witsel, o belga, também é titular absoluto e a terceira vaga ele acabava revezando com o Junior Moraes e um sul-coreano. Ele não joga desde o dia 13 de maio. Ele jogou no ano passado, ele era escalado na ponta direita e tinha liberdade e seguia orientações para cair pelo lado esquerdo também. Esse era o posicionamento, e na China tem uma coisa importante a se destacar, por mais que os chineses sejam obedientes taticamente, eles respeitam as orientações, mas eles não tem a maturidade de manter um esquema funcionando os 90 minutos, essa é uma debilidade muito grande. Você vai ver gols dos grandes jogadores, Aloísio, Tardelli, Diego Goulart, os caras pegam a bola e disparam e vão driblando, ganhando na velocidade, chute de fora da área, muita jogada individual. E essa era uma característica do Geuvânio que se destacava", concluiu.
Diante deste cenário, Geuvânio vai precisar de um tempo de readaptação ao futebol brasileiro, mas por ser um atleta jovem não deve demorar para conseguir o recondicionamento físico e tem tudo para se tonar uma boa peça para o técnico Zé Ricardo.
Na última quinta-feira, ele esteve presente na Arena do Urubu, ao lado de Everton Ribeiro, acompanhando a goleada do Flamengo sobre a Chapecoense. O atacante já treina com o grupo mas ainda não tem previsão de estreia pelo Rubro-Negro.