O Botafogo segue escrevendo uma das histórias mais bonitas da temporada 2017. Vencendo e convencendo, como fez ao bater o Nacional de Montevidéu por 2-0 e se garantir, após 44 anos, entre os oito melhores times do continente.
Vários são os destaques do elenco comandado pelo técnico Jair Ventura, que em si também é um dos grandes personagens: Pimpão, Bruno Silva, Roger, Gatito Fernández, Victor Luis, João Paulo... entretanto, o Botafogo 2017 se notabiliza pelo conjunto.
E é focando no grupo que listamos cinco motivos que explicam a espetacular campanha do 'Glorioso', que está nas quartas de final da Libertadores da América e na semifinal da Copa do Brasil.
Pegue os números da Libertadores, por exemplo, e você a entrega alvinegra: é o time que mais busca as divididas [1390] e o que mais ganha [726]. Além disso, a equipe de Jair Ventura é a que mais vezes rouba a bola do adversário [192].
Mas o comprometimento não fica apenas nas estatísticas. O elenco atual vem fazendo algo que há muito tempo não se via em General Severiano ou no Estádio Nilton Santos: identificação. Os jogadores demonstram orgulho em ter a Estrela Solitária no peito, e o treinador é filho de uma lenda do clube. A cena dos jogadores balançando as bandeiras com os torcedores, após a vitória sobre o Nacional, é emblemática.
Importante também para o sucesso é a falta de vaidades no grupo: todos recebem chances, e a meritocracia estipulada por Jair se faz valer em campo: joga quem está melhor, e salvo a situação envolvendo Camilo no início do ano não há insatisfação. O grupo sabe que o time não tem estrelas, e essa é exatamente a força do Botafogo.
Desde a disputa na pré-Libertadores, o Botafogo mostra muito bem quais são as suas prioridades. Se no início do ano o Campeonato Carioca foi deixado de lado, enquanto avança na Copa do Brasil e Libertadores o Glorioso não esconde que o foco é nas competições eliminatórias.
“Sabemos que estamos devendo um pouco no Brasileirão, mas é pra isso. É para ir bem na Libertadores”, afirmou Rodrigo Pimpão.
Talvez um dos grandes méritos compartilhados por todos os setores do clube: o bom desempenho dos jogadores ajudou na valorização do trabalho de Jair, que foi escolha bancada pela mesma diretoria que remodelou o seu estádio com as cores do clube. No Nilton Santos, o alvinegro se sente cada vez mais em casa. E a postura ‘guerreira’ do time anima um torcedor que tem orgulho de quem veste a sua camisa, algo que era raro de se ver nas últimas décadas.
Ainda que seja um dos gigantes do futebol brasileiro, o Botafogo não conta com um título de Libertadores. O último troféu de grande expressão nacional foi no já longínquo 1995, e ídolos imortais como Nilton Santos, Garrincha e Didi, bastiões da era de ouro do clube [e do futebol brasileiro] não vivem mais neste plano.
O Botafogo exalta e sempre vai exaltar o seu passado, assim como fazem seus torcedores. Mas talvez todos estejam focando, como nunca, no presente. E a chance de entrar no hall de grandes ídolos do clube é algo que mexe com o brio dos atletas, que seguem forte no sonho de conquistar um grande troféu para o 'Glorioso'.