A perda do título da Copa do Brasil é mais uma decepção para o torcedor do Flamengo que teve que se acustumar com as derrotas difíceis nesta temporada. Uma série de fatores contribuiram para que o time de Reinaldo Rueda não levantasse a taça que já seria uma espécie de consolo por tudo o que aconteceu no primeiro semestre.
Dentro de campo, um time que precisava mais do resultado do que o adversário. Pois claramente entre Muralha e Fábio, o goleiro Rubro-Negro levava desvantagem na disputa de pênaltis. Depois de cinco minutos em que parecia ter uma postura de dominar o jogo, o Flamengo perdeu a mão, ou digamos o pé.
Começou a ser envolvido pelo Cruzeiro que conseguiu equilibrar a partida. Desde então, o 'Rubro-Negro' não se achou mais em campo. Foram uma série de toques sem sentido para trás, como quem não precisava vencer a todo custo.
Claramente a estratégia era esticar bola para Berrío ganhar na corrida, avançar em linha de fundo e cruzar para dentro da área. Deu certo apenas uma vez, quando o atacante entregou a bola para Guerrero, que pressionado não conseguiu finalizar.
Depois disso, Diogo Barbosa, em grande noite, não perdeu nenhuma para o colombiano. Mas a estratégia do Flamengo não modificou. Na beira do gramado, Rueda chegou a pedir novamente para que os jogadores procurassem por Berrío em profundidade. Nesse momento, Diego estava atrás, iniciando as jogadas quase que como um volante, enquanto Arão tinha liberdade para chegar no setor ofensivo.
Ainda no meio-campo, Cuellar não fez um bom jogo e ficou perdido ao trocar de posição por diversas vezes com Willian Arão. Ao inves de trabalhar as jogadas, o Flamengo passou a esticar praticamente todas, o que se transformou numa verdadeira troca de gentilizas entre as duas equipes em determinado momento da partida.
Por disciplência ou nervosismo, os erros de passes atrapalharam demais, Arão entregou uma de bandeja, mas o Cruzeiro não soube aproveitar. Com Berrío bem marcado, Diego apagado e atuando mais distante do gol, o Flamengo ficou praticamente sem opções e criou muito pouco para quem precisava vencer a todo custo.
A falha no Maracanã foi crucial, com o jogo na mão, o clube venceria e estaria em vantagem, talvez pudesse administrar melhor no Maracanã. Mas a verdade é que vencer jogos importantes fora de casa não tem sido fácil para o Flamengo que entre Libertadores e Copa do Brasil derrotou apenas o fragilizado Atlético-GO, atuando longe de seus domínios.
Com o jogo muito em cima dos pontas, mais precisamente de Orlando Berrío, o time de Rueda foi incapaz de sair da boa marcação montada por Mano Menezes que neutralizou tanto o colombiano quanto Everton na ponta e esquerda e matou totalmente a criatividade do Flamengo.
O treinador optou pelas mudanças, mas nenhuma surtiu efeito e o Flamengo seguiu ainda mais apático dentro de campo aceitando as penalidades. Na decisão por pênaltis mais um erro. Não que pegar penalidade seja obrigação do goleiro, mas cair para o mesmo lado é no minímo uma estratégia bem ultrapassada. Mas foi exatamente essa estratégia montada pela comissão técnica.
Com tranquilidade os jogadores do Cruzeiro converteram as suas penalidades, o principal nome do Flamengo falhou na sua e o time Celeste, com um investimento bem menor, pode terminar o ano de forma bem mais digna do que o Flamengo.