Campeão mundial, da Copa das Confederações, do Brasil e da Itália; Libertadores, Champions League, Campeonato Paulista... o difícil ao fazer uma lista de troféus conquistados por Roque Júnior é citar o que o ex-zagueiro não conquistou ao longo de quase 20 anos calçando as chuteiras e tornando a vida dos atacantes mais difícil.
Aos 40 anos, o amor pelo futebol segue intenso para o mineiro de Santa Rita do Sapucaí. Tanto é que em um período no qual muita gente já está relaxando, de férias, ele se dedica para completar a última etapa do curso de treinadores da Confederação Brasileira de Futebol (CBF). É somente mais um passo dentre vários já dados, dentro e fora do país, em busca do conhecimento para fazer o seu melhor na área técnica.
“Esse é o último ano, sou um dos formandos (risos)”, contou com exclusividade para 'Goal Brasil'. Questionado sobre o debate envolvendo a utilidade do estudo para a função de treinador, levantado após declarações de Renato Gaúcho, Roque acredita que se atualizar é também uma forma de saber passar o conhecimento adiante.
“Cada um tem a sua opinião. Eu joguei aqui no Brasil, joguei fora quase dez anos e os cursos me acrescentaram. Para mim, uma coisa é eu saber a informação e outra coisa é saber passar. É ter o embasamento daquilo que eu estou fazendo. Hoje eu tenho um embasamento teórico que me ajuda na execução da prática que eu já tive. Então fica mais fácil ainda, você fica até mais seguro”, explicou o pentacampeão com o Brasil em 2002.
Ídolo do Palmeiras, onde conquistou a Copa Libertadores de 1999, o ex-jogador revelou felicidade ao ver o Alviverde vencer o Brasileirão e acredita que Gabriel Jesus tem todas as características, sejam elas adquiridas ou inatas, para ter sucesso no futebol europeu.
“Todo mundo sabe que ele é um grande jogador”, disse. “Eu acho que ele vai se dar super bem. É claro que ele já tem algumas características dele próprio, que eu já não sei se foi ensinado ou empiricamente ele aprendeu, mas que estão totalmente de acordo com o futebol moderno, o futebol europeu”.
E Roque Junior conhece muito bem o futebol moderno jogado no Velho Mundo. Por lá, o zagueiro teve sucesso vestindo as camisas de duas equipes rubro-negras: o gigante Milan e o Bayer Leverkusen, da Alemanha. Torcedor de ambas as equipes, pela sua história no passado, o ex-jogador comentou o atual momento dos clubes.
“É bom ver esse começo de campeonato, o Milan vem ganhando, vem conseguindo resultados, porque o trabalho continua. E o Milan quando ganhou era com trabalhos sempre muito mais longos. Então eu torço para que isso aconteça e que o Milan volte a brigar lá em cima”, avaliou.
Sobre o Leverkusen, que vai enfrentar o Atlético de Madrid nas oitavas de final da Champions League, Roque Junior demonstrou um carinho aparentemente maior... Mas sabe que a missão de passar pelos atuais vice-campeões europeus não será nada fácil.
“Então eu faço questão de acompanhar e torço pelo Leverkusen”, revelou. “É difícil. A Champions é muito difícil. Se a gente pensar racionalmente, acho que o Atlético de Madrid tem uma leve vantagem sobre o Leverkusen pelos últimos anos de trabalho. Mas o futebol não dá para você falar que é 100% (...). E eu torço para que não seja essa a escrita e que o Leverkusen ganhe”.