STJD só deve analisar injúria racial no Engenhão na próxima semana

O futebol brasileiro teve mais um triste caso de injuria racial dentro dos seus estádios nesta quarta-feira. No empate sem gols entre Botafogo e Flamengo no Engenhão, no jogo de ida da semifinal da Copa do Brasil, um torcedor foi detido pela polícia militar sob a acusação de injúria racial. Durante o duelo, vários torcedores do clube alvinegro insultaram os familiares do atacante flamenguista Vinicius Jr. que assistiam ao jogo no estádio.

No entanto, apesar da gravidade do assunto, o procurador-geral do STJD, Felipe Bevilacqua, disse ao 'UOL' que o analisará o vídeo e os materiais do clássico carioca, mas revelou que o Tribunal só deverá avançar no assunto na próxima semana.

O Botafogo se manifestou sobre o episódio por meio do seu Twitter oficial e repudiou a atitude, reforçando suas ações junto às autoridades responsáveis para combate-las.

"O Botafogo de Futebol e Regatas vem a público manifestar seu repúdio a todo tipo de racismo, preconceito e violência, seja física ou verbal. Atitudes individuais e isoladas não representam a postura de nossa torcida ou do clube, que agiu com a máxima presteza junto às autoridades", afirmou o clube, por meio de postagens em sua conta no Twitter.

"O clube espera que a Justiça seja feita e reitera que tomou todas as medidas cabíveis em auxílio às investigações. O Botafogo é Alvinegro, branco e preto, e já promoveu diversas campanhas contra o preconceito racial. Racismo jamais!", completou.

Os familiares do jogador estava um dos camarotes do Estádio Nilton Santos, divulgaram uma nota lamentando o fato e dizendo esperar que o responsável seja punido.

"A família do atacante Vinicius Jr, do Flamengo, que foi vítima de racismo por parte de um torcedor do Botafogo no jogo desta quarta-feira (16/08), pela semifinal da Copa do Brasil, lamenta profundamente o episódio e repudia qualquer ato neste sentido contra qualquer cidadão. E espera que medidas sérias e cabíveis sejam tomadas pelos órgãos responsáveis para que cenas lamentáveis como esta não voltem a se repetir", diz comunicado.