Normalmente não é simples explicar como uma temporada cheia de expectativas se tornou um fiasco. Há muitos fatores envolvidos, muitas variáveis. Mas no caso do Palmeiras, que foi eliminado da Copa Libertadores nesta quarta-feira (9), dá para resumir as explicações em três tópicos.
Planejamento errado
Depois de ser campeão brasileiro em 2016, o Palmeiras montou um novo planejamento para 2017. O problema é que, em vez de manter o que tinha dado certo, a diretoria quis fazer muitas transformações.
Em primeiro lugar, teve que trocar de técnico, pois Cuca não quis ficar. A escolha do substituto foi errada: Eduardo Baptista tinha características muito diferentes e quis fazer ainda mais mudanças. Inclusive foram contratados jogadores que possivelmente só dariam certo sob comando dele, como Felipe Melo.
Quando Cuca quis voltar a trabalhar, logo a diretoria o contratou, mas ele não encontrou o mesmo time que treinava antes. Quis fazer adaptações, teve que encaixar novas peças e sofreu para fazer isso. Até agora não achou o time ideal. Ele sabe disso e reconhece que foi um problema.
Escalação errada
Falando especificamente do jogo contra o Barcelona-EQU, ficou evidente que a escalação de Cuca não deu certo. Ele insistiu em escalar Dudu como meia e por isso o time ficou sem ritmo nenhum. Não tinha ninguém para receber a bola no meio-campo e armar as jogadas. Todos só queriam fazer lançamentos e jogar com pressa.
Isso mudou no 2º tempo, quando Moisés entrou. Outro jogador que poderia ter dado esse ritmo ao time era Guerra. Cuca dise que nenhum dos dois tinha condições ideais de jogo. Mas eles poderiam ter atuado cada um em um tempo da partida, por exemplo. Ou o técnico poderia ter dado mais chances para outro meia do elenco, como Raphael Veiga ou Hyoran, afinal os problemas físicos de Moisés e Guerra surgiram há muito tempo.
Aspecto emocional
Nervosismo e ansiedade dominaram o Palmeiras o jogo todo, principalmente no 1º tempo. O time tinha pressa em chegar rápido na área e concluir as jogadas, por isso forçava muitos passes ou lances individuais, que não deram em nada. Só serviram para gerar contra-ataque e confiança para o Barcelona-EQU.
O aspecto emocional também é decisivo em disputa nos pênaltis. E é claro que isso atrapalhou o Palmeiras. Muitos jogadores sentiram falta de confiança, como Cuca revelou após o jogo, e não quiseram bater. Bruno Henrique e Egídio cobraram e erraram.