“Melhor em todos os aspectos”. Foi assim que Neymar definiu o grande momento que vive na sua carreira ao voltar a dar entrevistas pela Seleção Brasileira depois de 244 dias e aceitar ser novamente o capitão do time canarinho sete meses depois de abdicar da faixa.
Nos quase 19 minutos em que ficou respondendo as perguntas dos jornalistas na véspera do duelo contra o Paraguai, que acontecerá nesta terça-feira (28), às 21h45 (de Brasília), na Arena Corinthians, foi possível notar um Neymar mais calmo, seguro e maduro.
“A gente ouve muitos conselhos, mas só aprende de verdade quando se machuca ou faz coisa errada. Já discuti quando não era necessário, tomei cartões amarelo e vermelho, me prejudiquei, prejudiquei meus companheiros. Mas vamos ficando cada vez mais maduros. Hoje, só penso em jogar futebol. Estou melhor no aspecto tudo (risos)”, afirmou Neymar.
Sobre a faixa de capitão, Neymar disse ter voltado atrás da decisão que havia tomado logo após a conquista da medalha de ouro nos Jogos Olímpicos justamente por causa de Tite, que faz um rodízio. Antes do craque do Barcelona, Miranda, Daniel Alves, Renato Augusto, Filipe Luís e Fernandinho já haviam usado a braçadeira nas eliminatórias.
“Ele me fez pensar sobre o modo de agir, trabalhar e viver na Seleção. E também o rodízio de capitães que ele faz, não deixa que sejamos o melhor nisso ou naquilo. O capitão está ali para usar a braçadeira, representar a Seleção, mas também pode ser capitão sem usar. Para dar uma dura quando tem que voltar para marcar ou ajustar a marcação”, explicou.
O craque do Barcelona, que completou 25 anos em fevereiro, ainda mostrou esse seu novo lado em diversos outros momentos da coletiva como ao falar que nunca existiu a “Neymardependência” e ao ser perguntado se já chegou a hora de ser o melhor do mundo.
“Não me sinto confortável em falar, nem gosto. São dois craques mantendo um nível gigantesco. Admiro ambos. Um deles está ao meu lado todos os dias, o melhor que já joguei. Não sei se é o momento (de ser o melhor do mundo), só quero ser melhor do que eu. Só quero sempre me superar”, declarou.
Antes de deixar a sala de imprensa da Arena Corinthians, Neymar ainda ouviu elogios do técnico Tite.
“Ele merece a tarja de capitão, passou por muita coisa. O futebol é uma coisa de conjunto e ele faz parte do conjunto, como fez contra a Colômbia para roubar uma bola, a equipe rodar e ele finalizar. Por isso que o simbolismo da capitania é mudado, porque toda a equipe pode. A faixa é um simbolismo. Ele merece estar aqui nessa condição”, ressaltou o comandante.
Com 30 pontos, o Brasil pode até garantir sua vaga na Copa do Mundo de 2018 ainda nesta rodadas se vencer o Paraguai e Chile e Equador perderem seus jogos para Venezuela e Colômbia, respectivamente.