Com autoridade. Foi assim que o Paris Saint-Germain fez a sua estreia na fase de grupos da Champions League 2017-18, contra o Celtic, na Escócia. O placar de 0-5 mostra a distância técnica que existe entre os parisienses em relação ao gigante de Glasgow – primeira equipe britânica ao ter alcançado a maior glória dos clubes europeus, em 1967.
E ainda que a vitória tenha se transformado em goleada apenas no segundo tempo, ao final dos primeiros 45 minutos o Trio 'MCN' [composto por Mbappé, Cavani e Neymar] já havia mostrado todo o seu poderio ao estufar as redes do goleiro Craig Gordon. Além dos gols, o rápido entendimento entre as peças da badalada trinca parisiense impressionou dentro de campo.
Foi a segunda partida do PSG com Mbappé, Neymar e Cavani juntos – a primeira delas foi na goleada por 1-5 sobre o Metz, no Campeonato Francês. E os números já surpreendem: 8 gols divididos entre os atacantes, e um total de 10 tentos comemorados pela equipe treinada por Unai Emery. O comandante, aliás, escalou o time com diferenças em relação à estreia de Mbappé.
Ainda que o 4-2-3-1 visto contra o Metz aparecesse por vezes na movimentação do time, o PSG atuou em um 4-3-3 perante o Celtic. Com isso, ao invés de jogar logo atrás de Cavani, Mbappé foi escalado no lado direito de ataque. Dentro do papel, é claro. Na prática, a trinca parisiense se movimentava constantemente dentro do Celtic Park.
Homem de referência, e responsável por dar profundidade no ataque, Cavani se manteve centralizado na maioria do tempo. Mas se alternava coordenadamente de acordo com as movimentações de Neymar e Mbappé: se o brasileiro ou o francês caíssem pelo meio, o uruguaio pendia para o lado que ficava livre.
Essa dança de habilidade e poderio ofensivo ficou muito bem exemplificado no segundo gol anotado pelos parisienses. Neymar, que dentre os atacantes foi quem mais se movimentou no gramado, estava centralizado no meio-campo quando recebeu a bola e buscou Marco Verratti em seu passe. Ato contínuo, disparou em linha reta para o lado esquerdo do campo enquanto Cavani ficou centralizado na área. O cruzamento de Verratti encontrou a cabeça de Neymar, Cavani ‘furou’ e o toque do brasileiro virou assistência ao chegar no flanco direito da área para Mbappé estufar as redes.
Aos 40 minutos, Cavani foi agarrado dentro da área e converteu o pênalti. O confronto estava praticamente resolvido, e já no primeiro tempo o Trio MCN havia mostrado todo o seu poder. Afinal de contas, quem abriu o placar foi Neymar – em bela arrancada, seguida por finalização ainda melhor, depois receber passe espetacular de Rabiot, aos 19 minutos.
O segundo tempo foi de administração do placar, mas também deu espaço para os ‘coadjuvantes’ parisienses brilharem. Se Rabiot já havia deixado evidente a sua importância na assistência para Neymar, Draxler [que entrou no decorrer da partida] participou do lance que culminou no gol-contra de Mikael Lustig e mostrou que a disputa por posições no setor será emocionante. Por lá, Verratti, Thiago Motta e Rabiot também se destacaram e contribuíram na vitória.
Cavani fechou o placar com um gol de cérebro, já que o arremate de cabeça foi espetacularmente pensado. O Paris Saint-Germain deu a primeira resposta nessa caminhada que, mais do que nunca, está repleta de expectativas. Neymar, Mbappé e Cavani desequilibraram e foram acompanhados por boas atuações em praticamente todos os setores do campo.
Mas vale lembrar: a proporção entre a tradição histórica do Celtic em relação ao PSG talvez seja equivalente a superioridade técnica dos franceses sobre o conjunto escocês. Por isso mesmo, a expectativa para o encontro contra o Bayern, no próximo dia 27, é gigante. Será contra os bávaros o primeiro grande teste parisiense nesta temporada. De qualquer forma, golear na estreia é um indício animador para o que podemos esperar.
Texto por Tauan Ambrosio