Um é brasileiro e tem 57 anos. O outro veio de Portugal e tem 42. Cuca chega com longa carreira e conquistas importantes no currículo, enquanto Abel Ferreira comanda o terceiro time como técnico profissional e busca seu primeiro título.
Cuca e Abel Ferreira têm origens e histórias diferentes. Chegaram a clubes que viviam situações muito distintas, com o Santos enfrentando graves crises e o Palmeiras tentando fazer funcionar em campo o grande investimento que trouxe um grupo repleto de peças de qualidade.
Relembramos aqui as trajetórias dos dois treinadores e apresentamos suas características. Uma decisão em jogo único não definirá quem é o melhor profissional, mas poderá ser definida por escolhas deles. Eles já acumulam méritos, mas só no sábado saberemos se Cuca vencerá sua segunda Libertadores ou se Abel será campeão pela primeira vez como técnico profissional. (Confira as prováveis escalações da final da Libertadores aqui)
Cuca
Em sua terceira passagem pelo Santos, Cuca foi contratado em 7 de agosto com vínculo válido até o fim da temporada. Curiosamente, o experiente treinador brasileiro foi escolhido após a demissão de Jesualdo Ferreira, um português trazido em meio à onda de treinadores estrangeiros no futebol brasileiro.
Como técnico, suas primeiras passagens pela Vila Belmiro foram em 2008 e 2018, e o trabalho anterior havia sido no São Paulo. No entanto, sua maior conquista foi justamente a Libertadores da América, em 2013, com o Atlético Mineiro.
Para a nova experiência, o desafio parecia muito maior. O Santos estava fora do grupo de times apontados como favoritos para as conquistas da temporada. Sabendo do contexto turbulento, nem mesmo os santistas mais otimistas acreditariam nas chances de um título continental.
Cuca aceitou o convite de um clube em crises financeira e política, em meio a uma pandemia que gerou redução salarial de 70% e atrasos nos pagamentos. Dificultando ainda mais o trabalho do técnico, jogadores deixaram a equipe ao entrarem na Justiça para conseguir a rescisão.
Como se fosse pouco, o Santos ainda foi punido pela Fifa e ficou proibido de fazer novas contratações por conta do não pagamento de dívidas, com possibilidade de ficar sem reforços por até três anos.
Não é à toa que Cuca vem sendo altamente elogiado. Com uso de diversos meninos da Vila, ele soube unir o vestiário e tirar o melhor rendimento do grupo para colocar em campo uma equipe visivelmente organizada e ameaçadora que pode tornar o Santos o time brasileiro com mais títulos da Libertadores, superando Grêmio e São Paulo.
Abel Ferreira
Abel Ferreira chegou em 30 de outubro e assinou contrato válido até o fim de 2022. Após a demissão do consagrado Vanderlei Luxemburgo, o Palmeiras queria um sucessor capaz de implantar um estilo moderno, de transições rápidas e ofensividade; queria alguém que tirasse um rendimento do nível de seu grupo cheio de jogadores de alta qualidade. O português teria à sua disposição um dos dois melhores elencos do país, que se aproximava do poder do Flamengo graças à força financeira da Crefisa.
Chegou como mais uma aposta em comandantes estrangeiros no futebol brasileiro. Sua carreira ainda recente como técnico não era uma garantia de sucesso, já que conquistou somente o Campeonato Nacional de Juniores português, com o sub-19 do Sporting Clube de Portugal.
Ele também atuou com os jovens do Braga, que proporcionou sua primeira chance no futebol profissional, em 2017. Abel Ferreira se destacou quebrando recordes do clube em pontos no Campeonato Português, vitórais e gols na temporada.
Esse trabalho rendeu um convite do PAOK. Ele comandou o time grego durante duas temporada, chegando ao vice-campeonato nacional em 2019 e batendo na trave ao tentar entrar na fase de grupos da Champions. Em 2020, eliminou o Benfica de Jorge Jesus nas eliminatórias da Champions.
Apesar de não ter conquistas como técnico profissional, Abel chegou ao Brasil após passagens elogiadas, em que foi capaz de mostrar o perfil com as características desejadas pelo Palmeiras. Até seu desembarque, era uma figura desconhecida, e a imprensa brasileira teve que consultar colegas portugueses para entender quem viria.
A expectativa era de alguém que montasse equipes organizadas, sobretudo a partir do sistema defensivo. Times consistentes a partir da zaga e organizados num 4-4-2 eram algumas das características citadas, além do estudo do jogo e da análise aprofundada com uso das tecnologias e ferramentes disponíveis. Junto com as características técnicas, era tido como um comandante com convicção, garra e emotividade.
O Palmeiras de Abel Ferreira funcionou tanto que ele poderá acabar a temporada com seus dois primeiros títulos, já que tem chances de conquistar a Libertadores contra o Santos e a Copa do Brasil contra o Grêmio. Caso não vença nenhuma das finais, ainda está firme na disputa por vaga para a próxima Libertadores entre os times do topo da tabela do Brasileirão.
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