Um e-mail enviado pela mãe de Jerôme Boateng a uma advogada em Berlim reforça as acusações de violência doméstica contra o ex-jogador do Bayern e da Seleção Alemã, conforme revelado nesta sexta-feira pela revista 'Der Spiegel'.
"Meu filho maltrata mulheres psicológica e fisicamente há anos. Agora Kasia Lenhardt se suicidou e ele ainda não quer assumir as consequências do seu comportamento", escreveu a mãe de Boateng para a advogada no dia 25 de março de 2021.
Kassia Lenhardt - que havia sido parceira de Boateng - suicidou-se em 9 de fevereiro de 2021 em Berlim.
A advogada de Boateng declarou à 'Der Spiegel' que, devido a processos em andamento, o jogador não pode fazer declarações públicas, mas afirmou que ele nega ter agredido fisicamente Lenhardt.
A 'Der Spiegel' conseguiu reconstruir uma série de mensagens enviadas por Kassia Lenhardt nos meses anteriores à sua morte e coletou outras informações do círculo de Boateng e examinou diversos documentos sobre o caso.
Pouco antes da sua morte, conforme relatado por um advogado não identificado à 'Der Spiegel', Lenhardt queria apresentar uma queixa contra Boateng por violência doméstica.
Em algumas mensagens do celular de Lenhardt, reconstruídas com a autorização da família, ela se refere a agressões específicas perpetradas por Boateng.
"Infelizmente, ele quase quebrou o meu polegar da mão esquerda", diz em uma mensagem.
Boateng teve os melhores anos da sua carreira no Bayern, clube com o qual ganhou a Liga dos Campeões em 2013 e 2020. Além disso, foi titular da seleção alemã campeã do mundo em 2014.
No auge da sua carreira, Boateng - de pai ganês - tornou-se um ícone da integração.
Após declarações polêmicas do então líder da ultradireitista Alternativa para a Alemanha (AfD), Alexander Gauland - que disse que Boateng poderia jogar muito bem futebol, mas ninguém o quereria como vizinho - houve muitas manifestações de solidariedade e o então jogador do Bayern foi até recebido na chancelaria por Angela Merkel.
A partir de 2021, surgiram acusações de violência doméstica e o escândalo aumentou após o suicídio de Lenhardt, que ocorreu uma semana depois de Boateng a acusar de tentar chantageá-lo em uma entrevista ao tabloide 'Bild'.