Os advogados de Rui Pinto, o alegado "hacker" que terá acedido aos emails do Benfica e criador do "Football Leaks"defendem a conduta do jovem e confessam que irão opôr-se à extradição da Hungria, onde está detido.
Em comunicado, os advogados William Bourdon e Francisco Teixeira da Mota dizem que o jovem de 30 anos é um amante de futebol "indignado com práticas vigentes neste desporto" e que "decidiu contribuir para o conhecimento público da extensão dessas práticas criminosas".
"O Sr. Rui Pedro Gonçalves Pinto tornou-se num importante denunciante europeu no âmbito dos chamados Football Leaks, relembrando-se que muitas revelações feitas ao abrigo destas partilhas de informação estiveram na origem da publicação, durante vários anos, de notícias que deram lugar à abertura de muitas investigações em França e noutros países europeus", acrescenta o comunicado.
"Não pode deixar de se notar, em particular, o incrível paradoxo que resulta da tentativa de criminalização do seu cliente, quando, na verdade, o seu gesto cívico e as suas revelações permitiram a numerosas autoridades judiciais europeias um avanço histórico no conhecimento das práticas criminosas no mundo do futebol", sublinham.
Os advogados dizem ainda que o cliente cumpre os critérios de proteção dos lançadores de alertas, presente na legislação europeia. "Ao contrário do que pretendem aqueles que têm vindo a perseguir o Sr. Rui Pedro Gonçalves Pinto, a importância da indústria do futebol não deve ser utilizada para manter na opacidade as práticas gravemente contrárias à lei que no mundo deste desporto se verificam", completam.
Na quarta-feira sem nunca confirmar o nome do hacker a autoridade portuguesa confirmou a detenção de um cidadão português em Budapeste.