Ancelotti repreendeu Endrick: "Finalização teatral não existe no futebol"

O Real Madrid venceu, mas não conseguiu fazer mais que um gol em um Getafe que também teve suas oportunidades. Em uma escalação com várias mudanças, Arda Güler fez a diferença e Endrick foi titular pela primeira vez na temporada, na La Liga. No entanto, o brasileiro não conseguiu aproveitar suas chances e saiu de campo frustrado, após 65 minutos.
O atacante de 18 anos teve duas oportunidades especialmente claras. Na segunda, ele ficou quase cara a cara com David Soria, mas diante da chegada da defesa, se precipitou e tentou uma cavadinha que acabou nas mãos do goleiro. O que contra o Real Sociedad deu certo, dessa vez foi um erro. E isso não agradou nada a Carlo Ancelotti.
Após o jogo, o técnico italiano foi questionado sobre a atuação de Endrick e deu uma resposta com crítica construtiva. "Ele teve duas oportunidades. Na primeira, não havia como fazer melhor, mas na segunda, que poderia ter sido anulada por impedimento, ele não podia ter feito o que fez" , disse Carletto.
O ex-jogador do Palmeiras levou uma boa repreensão: "Ele é jovem e precisa aprender. Endrick deve chutar o mais forte possível e não fazer o que fez. A finalização teatral não existe no futebol", afirmou.
É importante esclarecer que, ao contrário do que foi traduzido em alguns meios de comunicação, Ancelotti não disse 'clube de teatro'. O italiano usou a expressão francesa "coup de théâtre", que se refere a reviravoltas dramáticas de roteiro. O que ele não quer é que Endrick sobrepense e invente na hora de finalizar, quando tem diante de si a opção mais clara e objetiva.
Além da leve repreensão a Endrick, embora Ancelotti tenha ressaltado sua juventude e a fase de aprendizado, também fez elogios a Arda Güler. Dessa vez, o turco jogou como meio-campista e não como atacante. O treinador do Real Madrid explicou a falta de minutos de Arda, dizendo que ele não se encaixava no esquema habitual.
"Com o 4-4-2, ele não pode jogar como doble pivô, ele só pode jogar pelas extremidades, como ponta direito. Com o 4-3-3, como fez, ele pode jogar como meio-campista", explicou, elogiando sua partida: "É um jogador que trabalha muito. Falta um pouco de força nos duelos, mas tem muita qualidade. Fez um gol e comandou o jogo", afirmou.
"Eu acredito que o futuro dele será mais como meio-campista do que mais à frente. Usá-lo como pivô hoje seria uma loucura, mas no futuro ele poderia jogar nessa posição", continuou 'Carletto', que também fez elogios a Brahim Díaz: "Ele teve uma queda de rendimento nos últimos jogos, mas se recuperou bem nos minutos que teve contra o Athletic e fez uma partida muito completa em todos os aspectos", concluiu.