Os jogadores convocados para a Seleção Brasileira já começam a se apresentar na Granja Comary, em Teresópolis, para os treinos visando a Copa América. Richarlison foi o primeiro a chegar, seguido de David Neres, Fernandinho, Gabriel Jesus e Casemiro. Os demais chegarão nos próximos dias, e os últimos que virão da Europa ainda tem finais a serem disputadas. São os casos de Philippe Coutinho, Arthur, Roberto Firmino e o goleiro Alisson.
Uma situação que pode implicar um cansaço nos atletas, mas que também pode trazer um ganho em duas frentes distintas. Especialmente para Coutinho e Firmino.
Coutinho e Arthur já conquistaram a Liga Espanhola pelo Barcelona e disputam, neste sábado (25), o título da Copa do Rei na final contra o Valencia. A dupla se recuperou de lesões recentes, respectivamente estiramento na coxa e pubalgia, e provavelmente entrarão em campo no duelo que será disputado no estádio Benito Villamarín, em Sevilha.
Esta coincidência, entretanto, não se reflete na avaliação da temporada feita por ambos. Se por um lado o meia-atacante, contratação mais cara na história catalã, decepciona e não tem a saída descartada, o meio-campista vindo do Grêmio impressionou pela rápida adaptação ao Camp Nou – sendo elogiado até mesmo por Lionel Messi.
A temporada do Barça foi como as últimas: amplo domínio nacional e decepções na Champions League. Qualquer resultado diferente do título contra o Valencia será uma tragédia para a equipe, que mais uma vez protagonizou eliminação vexatória, sob o seu ponto de vista, na competição europeia. Após vencer o Liverpool de Alisson e Firmino por 3 a 0 no jogo de ida da semifinal, foi derrotado por 4 a 0 na volta e mais uma vez teve que adiar o sonho de levantar a taça Orelhuda.
Coutinho não faz boa temporada pelo Barça
Um eventual insucesso poderia representar um baque ainda maior na temporada de Coutinho, jogador mais criticado do Barcelona. O título da Copa do Rei, especialmente se vier acompanhada de uma boa exibição do camisa 7, poderá trazer um ganho para a Seleção ao fazer o meia-atacante chegar com uma confiança renovada. Um remédio perfeito para um atleta que nos últimos meses foi visto quase sempre cabisbaixo nas partidas disputadas no Camp Nou.
E quando aconteceu diferente, fez um desabafo nada bem aceito pelos torcedores após anotar um gol sobre o Manchester United. Sentindo-se valorizado e fazendo uma boa temporada, Arthur tem chances maiores de chegar com a confiança inabalada independente do que acontecer.
Os casos de Alisson e Firmino são parecidos. Somente uma exibição trágica na final da Champions League, contra o Tottenham, abalaria a confiança do goleiro – que em sua primeira temporada a serviço do Liverpool quebrou o recorde histórico sem sofrer gols no Campeonato Inglês. Se fizer o básico e mesmo assim a taça continental não vier, chegará em Teresópolis pronto para virar a página e dar início a um novo trabalho sob as ordens de Taffarel, seu treinador de goleiros, e de Tite.
Pensar nos treinos para esquecer uma eventual derrota anterior é o melhor remédio. E o mais comum também, como o próprio Roberto Firmino deixou evidente em 2018.
Em 2018, Firmino se apresentou à Seleção querendo apenas trabalho para esquecer 'vice' na Champions. História pode ser diferente em 2019.
Na ocasião, o atacante – que já estava no Liverpool – chegava após ser vice-campeão europeu. Segundo relembrado por Tite recentemente, o jogador descartou as folgas que tinha em meio à preparação para a Copa do Mundo de 2018: calçar as chuteiras e dar prosseguimento à vida foi o melhor remédio para virar a página.
O mesmo não aconteceu com nomes como Marcelo e Casemiro, que se apresentaram com a confiança em alta por causa do título conquistado pelo Real Madrid sobre o time de Firmino. Durante o Mundial, Casemiro especialmente foi um dos melhores nomes do selecionado.
Salvo em caso de alguma lesão, algo que pode acontecer até mesmo em treinamentos, ter atletas envolvidos na disputa de títulos é uma situação que, na maioria das vezes, pode contribuir mais para elevar o moral de um selecionado: os atletas ou chegam com ‘o olho do Tigre’ para treinarem e remediarem o insucesso anterior pelo sucesso de amanhã, ou com o peito estufado de confiança. No final das contas, a conclusão é que ver brasileiros disputando os maiores títulos de clubes do mundo será sempre positivo.