Torcedor mais carente de gols em 2019, o são-paulino ganhou um motivo para se agarrar à esperança de que será possível furar a defesa mais impenetrável do ano. Neste sábado (13), o pior ataque dentre os principais times do Brasil enfrenta a melhor defesa. Se o futebol permitisse certezas, seria óbvio garantir que o São Paulo não conseguirá estufar as redes do líder, e vigente campeão, Palmeiras, no encontro válido pela 10ª rodada do Brasileirão. Mas sabemos que não é assim, e o que encoraja o time treinado por Cuca a acreditar no setor ofensivo é o retorno de Pablo e a provável escalação de uma trinca inédita na frente.
Principal contratação feita pelo Tricolor em 2019, Pablo chegou para mudar o patamar do time. Não foi o que aconteceu: esteve em campo na inesperada eliminação na fase “pré” da Libertadores e uma lesão na panturrilha, seguida por uma operação na lombar, o tirou de ação por três meses. Mas ainda assim era um dos melhores jogadores em uma equipe marcada pela irregularidade e falta de organização. Tanto, que os seus quatro gols marcados em 15 jogos ainda o creditam como artilheiro são-paulino no ano.
É um número muito baixo, e que reflete o 2019 do gigante do Morumbi. Considerando toda a temporada 2019 das 20 equipes que estão na Série A, o São Paulo fez o menor número de gols [25 em 31 jogos] e é o único time com média inferior a um tento por partida [0.81, segundo o Futdados]. No período em que Pablo esteve se recuperando, a grande esperança de gols foi Alexandre Pato, que retornou do futebol chinês para estrear durante o Campeonato Brasileiro. Neste sábado, contra o Palmeiras, eles deverão pela primeira vez atuar juntos com a camisa Tricolor.
Promessa de bom entendimento entre Pato e Pablo
Artilheiro do time no Brasileirão, com três gols, Pato atuou boa parte das vezes como jogador de referência no ataque. Entretanto, ao longo dos anos – inclusive em sua passagem anterior pelo Morumbi – passou a jogar mais circulando ao redor da área, entrando mais quando aparece um espaço que o possibilite avançar para buscar uma finalização que leve mais perigo. Do outro lado, Pablo faz exatamente o contrário: é a referência que muitas vezes sai da área para abrir espaços.
Como a trinca de ataque pode ser montada
Teoricamente, é possível imaginar ambos se entendendo bem no ataque: Pablo, agora com a camisa 9 herdada de Diego Souza [emprestado ao Botafogo], centralizado e Pato na extremidade esquerda. A trinca ofensiva deverá ser completada pelo jovem Antony, líder de assistências do time no Brasileirão [2 passes para gols] e sempre atuando pela ponta-direita. Aos 19 anos, o atacante é visto como uma das principais joias oriundas da base – tanto que recentemente o clube teria rejeitado 20 milhões de euros por ele.
A esperança de um time que fez 0.81 gols por jogo vencer a meta do Palmeiras, que viu suas redes serem balançadas em 0.26 dos duelos, passa por esta novidade no ataque. Pato precisa mostrar que não é apenas um nome, Pablo tem a missão de fazer os gols que levaram o Tricolor a gastar R$ 26,6 milhões para tirá-lo do Athletico e Antony já carrega consigo a expectativa de decidir com tão pouca idade. Momentos distintos de carreiras que se unem com um único objetivo: fazer com que o São Paulo deixe de sofrer tanto para dar ao seu torcedor o que ele mais quer: gols.