O Liverpool de Jurgen Klopp chegou a Madrid como claro favorito no confronto com o Atlético. Porém, a equipe de Diego Simeone bateu os atuais campeões do mundo por 1 a 0 no primeiro duelo das equipes pelas oitavas de final da Liga dos Campeões. O treinador argentino implementou táticas que foram seguidas perfeitamente por seus jogadores e, assim, pavimentaram a vitória dos Colchoneros.
Agora, em 11 de março, a decisão da vaga acontece em Anfield com uma leve vantagem para o Atlético. Mas ontem à noite, Simeone bateu Klopp e estas foram as 10 chaves usadas pelo treinador do Atleti:
1. Pressão alta nos primeiros 25 minutos. Esta já é uma marca de Simeone em confrontos mata-mata quando a primeira partida é disputada em casa. Morata, Correa, Koke e Lemar pressionaram a saída de jogo, principalmente sobre Virgil van Dijk e Joe Gomez, causando erros de passes dos Reds que possibilitaram o Atlético recuperar a bola e ficar mais próximo da meta defendida por Alisson. Como já foi visto em outras edições da Liga dos Campeões contra Milan, Barcelona e Bayern, o ritmo de jogo do Atleti foi intenso no começo da partida.
2. Bola parada. O gol do Atlético saiu de um escanteio muito mal defendido pelo Liverpool, quando a bola sobrou nos pés de Saúl. A equipe de Madri dominou um dos pontos fortes do time de Klopp, nas duas áreas. Na defesa, conseguiu anular muito bem os cruzamentos dos laterais e os escanteios. Felipe, dominante em toda a partida, não deixou passar nada nas bolas aéreas. No ataque, Saúl e Morata foram fundamentais para o Atlético ganhar as disputas por cima e, desta forma, ajudar o Atlético a se manter no campo do adversário.
3. Bolas divididas e rebotes. Principalmente no primeiro tempo, o Atlético conseguiu igualar a intensidade do Liverpool e, por vezes, até superá-las. A concentração dos colchoneros foi altíssima e a maioria das disputas ficou com o time de Simeone. Na partida toda, o time brigou por cada bola e foi se impondo, jogada a jogada, nos duelos individuais.
4. As laterais rojiblancas. Vrsaljko desempenhou um trabalho defensivo muito bom e se sacrificou muito defensivamente. E Renan Lodi foi espetacular durante todo o jogo, no ataque e na defesa. A boa atuação dos laterais colchoneros fez que Andy Robertson e Trent Alexander-Arnold não se sentissem cômodos nos 90 minutos. Além disso, o Atlético conseguiu encontrar bolas longas quando o time já estava mais cansado justamente nas laterais. Lodi diversas vezes levantou os torcedores do Atlético carregando a bola e rompendo a marcação adversária. Não à toa, o brasileiro foi eleito o melhor em campo pela Uefa.
5. Preenchimento dos espaços. Simeone sabia que com espaço para correr com a bola o Liverpool é imparável. Mas como o seu time saiu na frente logo no começo do jogo, o argentino pôde trabalhar com a ansiedade dos Reds de igualar o marcador. O objetivo do treinador era não deixar espaços livres para o Salah, Mané e Firmino. E ele conseguiu isso durante toda a partida. O Liverpool terminou a partida sem nenhum chute certo ao gol defendido por Oblak. Foram somente 5 finalizações, todas para fora.
6. Lembrar a todos que Van Dijk é humano. A fortaleza do Liverpool não apareceu no Wanda Metropolitano. O holandês teve dificuldades para parar as corridas de Correa e também ao enfrentar Morata no jogo aéreo. Nos minutos finais, também se viu obrigado a disputar bolas com Diego Costa, que trouxe intensidade ao time e também incomodou o melhor zagueiro do mundo. a atuação ficou a desejar do que nos acostumamos a ver de Van Dijk nas últimas temporadas.
7. Anular Mané. O senegalês saiu de campo com a cabeça baixa. Foi completamente anulado pela defesa colchonera e ainda levou um cartão amarelo - e ainda poderia ter sido expulso da partida em um lance com Vrsaljko, que durante os 90 minutos foi uma verdadeira sombra para o ponta. No intervalo, Klopp o susbstituiu, alegando que temia por uma expulsão de seu camisa 10. Mané não assustou o Atlético. Mérito dos espanhóis.
8. Os zagueiros. Uma das qualidades do Atlético nesta temporada tem sido saber se defender, característica já marcante do trabalho de Simeone. Nesta partida, tanto Savic quanto Felipe se multiplicaram na defesa, desempenhando diversas tarefas. A ajuda de Vrsaljko e Lodi foi fundamental para que os zagueiros pudessem fazer seu trabalho com eficácia. A eles, deve-se somar também a ajuda de Oblak, que por diversas vezes foi corajoso para sair do gol e afastar o perigo da meta do Atleti.
9. Ideias claras. Fiel ao seu estilo de jogo, o Atlético foi minando, pouco a pouco, o Liverpool. Faltou um pouco de brilho, precisão e qualidade no ataque. Mas mesmo assim o Atlético conseguiu dominar os Reds sendo efetivos nos momentos certos. No primeiro tempo, Koke foi o cérebro do time. Já no segundo, quando o Liverpool pressionou mais, Vitolo e Costa foram os responsáveis por aliviar o Atlético em diversas jogadas.
10. Ajuda da defesa. A arte de se defender também é futebol. E Simeone é um dos treinadores que mais entendem isso. O eficaz sistema defensivo - e não só os zagueiros e laterais - funcionou perfeitamente. Fisicamente e taticamente, é possível dizer que o Atlético beirou a excelência. E assim, não permitiu que o Liverpool criasse as oportunidades que estamos acostumados a ver.