O 'The New York Times' publicou em sua edição digital um extenso artigo intitulado 'Being More Like Athletic Bilbao' (Ser mais como o Athletic Bilbao), no qual coloca o clube, por sua filosofia na categoria de base, como modelo a ser seguido no mundo do futebol após o coronavírus.
O artigo, assinado por Rory Smith, editor-chefe de futebol, destaca que "ao recrutar apenas jogadores locais, o clube basco não apenas criou uma identidade única, mas também gerou uma mentalidade entre seus torcedores".
"Agora pode ser um caminho útil para outros", acrescenta Smith na quarta-feira, um dia antes do atacante internacional Aritz Aduriz anunciar sua aposentadoria.
Neste segundo artigo sobre o Athletic em uma semana, Smith destaca as palavras proferidas por Aduriz em sua despedida no campo de San Mamés na sexta-feira, dizendo que o Athletic é "um time de bairro ('quadrilha', para o jogador) que enfrenta o mundo".
"O Athletic é o raro time de futebol de elite que se recusa a aproveitar a globalização que transformou o jogo, principalmente para o bem, ocasionalmente para o mal, nas últimas duas décadas. É, na superfície, uma enorme desvantagem competitiva" , explica o autor.
O artigo enfatiza que, "acima de tudo, o Athletic funciona graças aos fãs", que assumem que "haverá anos de descanso, épocas em que o sucesso é uma posição confortável no meio da tabela, em que os troféus são uma perspectiva distante e o melhor que se pode esperar é uma única noite de euforia contra um dos gigantes da LaLiga".
"Até certo ponto, o Athletic optou por priorizar seu modelo em detrimento de suas ambições. O sucesso no Athletic é fazer o mesmo que uma equipe de bairro que precisa enfrentar o mundo. Alguns anos podem significar alcançar uma grande final. Muitos anos não bastarão e, mesmo assim, a esmagadora maioria dos fãs apoia a política. Não há desejo de mudanças, grandes ou pequenas", reflete ele.
Por esse motivo, Smith considera que "talvez esse seja um exemplo útil para clubes distantes do País Basco, já que o futebol aceita sua nova realidade pós-pandemia" e que "o mercado em alta dos últimos 30 anos terminou".
"A ideia de que qualquer outra equipe possa se limitar voluntariamente como o Athletic fez é fantástica. Seu modelo não pode ser facilmente franqueado. Mas as consequências desse modelo podem ser internacionais se permitirmos", explica ele.
"A mudança nem sempre precisa ser vista como uma virtude. O valor de uma equipe nem sempre precisa ser medido exclusivamente pela posição da liga. Às vezes, o sucesso pode ser simplesmente ter uma equipe que é de um lugar e que tem que conquistar o mundo", acrescenta o jornalista.