O torcedor do Atlético-MG não teve somente a goleada de 4 a 0 sobre o Cerro Porteño, pela Copa Libertadores, para comemorar nessa terça-feira. O clube quitou uma dívida milionária referente à contratação do lateral-esquerdo Guilherme Arana junto ao Sevilla, da Espanha. O caso estava em instância avançada na FIFA e, se não fosse resolvido, o clube mineiro poderia sofrer sanções, como, por exemplo, ser impedido de registrar novos reforços e até perda de pontos em competições.
O valor quitado da dívida foi de aproximadamente R$ 12 milhões, que corresponde ao pagamento do empréstimo do jogador até o fim de junho. Na época da contratação de Guilherme Arana, o Atlético se comprometeu a pagar 2,5 milhões de euros pelo empréstimo e, assim, com o acréscimo de mais 500 mil euros, o Galo ficaria com 50% dos direitos econômicos do atleta.
Pelo contrato, o Atlético-MG seria obrigado a comprar outros 40% dos direitos do atleta por mais dois milhões de euros, caso Arana cumprisse uma meta de jogos no período de empréstimo. E a meta foi alcançada com folga, já que, Arana desde quando chegou ao clube mineiro é titular absoluto do time. Sendo assim, o torcedor do Galo pode ficar tranquilo em relação a permanência do lateral após o mês de junho de 2021. Um novo contrato, agora definitivo, está pronto e será efetivado após o fim de empréstimo.
As dívidas do Galo na FIFA
A quitação de mais uma dívida na FIFA dá um alívio para a diretoria atleticana. Nos últimos anos, com ajuda dos mecenas, chamados de 4Rs, o clube vem resolvendo pendências financeiras importantes referentes a negociações de atletas feitas no passado.
O orçamento 2021 do Atlético-MG prevê R$ 30 milhões para pagamento de dívidas na FIFA. Porém, até aqui, o presidente Sérgio Coelho já pagou R$ 12 milhões nesse processo do lateral-esquerdo Arana, outros R$ 7 milhões para o Vélez, da Argentina, pelo atacante Lucas Pratto, R$ 4 milhões pelo lateral Douglas Santos e R$ 8 milhões por Maicosuel, ambos pagamentos feitos a Udinese, da Itália. Ao todo, até aqui, apenas na atual temporada, o Galo pagou cerca de R$ 27 milhões.
Na gestão anterior, do ex-presidente Sérgio Sette Câmara, o Atlético-MG teve R$ 75 milhões quitados para credores internacionais.
Dívida por Chará continua em aberto
Após resolver a dívida com o Sevilla, da Espanha, sobre a transferência do lateral Arana, a próxima preocupação da diretoria atleticana é quanto ao processo envolvendo o Júnior Barranquilla, da Colômbia, pela compra dos direitos econômicos do atacante colombiano Yimmi Chará, que hoje atua no Portland Timbers, equipe da MLS, liga norte-americana.
Em 2018, Chará foi comprado por seis milhões de dólares, dividido em uma entrada de três milhões de dólares, pagos na época por Ricardo Guimarães, um dos componentes do colegiado chamado de 4Rs.
Os outros três milhões de dólares foram divididos em parcelas. No entanto, esse valor parcelado nunca foi pago ao Júnior Barranquila. O clube colombiano cobra ainda 30% da venda de Chará ao Portland Timbers.
Em 2019, o Galo negociou o atacante colombiano pelo mesmo valor que o adquiriu (6 milhões de dólares). Na oportunidade, a diretoria do Galo explicou que tentou acordo, no entanto, os colombianos decidiram seguir com a ação na FIFA.
A ação está em fase final de julgamento no TAS (Tribunal Arbitral do Esporte) e, em breve, o Atlético-MG já sabe que terá que quitar mais uma quantia milionária para evitar punição esportiva.