"Não tem jeito, eu sou feliz aqui". Foram com estas palavras que Diego Tardelli anunciou, em seu Instagram, seu retorno ao Atlético-MG.
Se o jogador é feliz ou não no Galo, só ele pode saber. O que é fato que o atacante parece ter o clube mineiro como seu "porto-seguro". Nas suas outras duas passagens no Atlético, Tardelli chegou desacreditado, em baixa, e conseguiu a recuperação. Agora, tenta repetir a proeza.
Segundo o UOL, antes de acertar seu retorno com o Galo, Diego Tardelli até pensou em pendurar as chuteiras. Depois de ter seu nome criticado pelo presidente do clube, Sérgio Sette Câmara, que afirmou que o "Atlético não era asilo", se referindo à idade do jogador, o atacante foi anunciado pelo mandatário em seu Twitter.
Em 2009, se Tardelli não pensava em se aposentar, o atacante não estava prestigiado no mercado. Depois de uma carreira cheia de idas e vindas no São Paulo e uma passagem decepcionante no Flamengo, o atacante chegou ao Galo como uma aposta de Emerson Leão, seu treinador em 2005 no Tricolor Paulista.
E a aposta deu muito certo.
Naquele ano, Tardelli não só foi o principal artilheiro do Atlético-MG no ano, mas também do Brasil: o atacante foi o maior goleador do Brasileirão, com 19 gols, além de ter marcado um tento por jogo no Campeonato Mineiro, ter distribuído sete assistências e balançado as redes quatro vezes na Copa do Brasil.
Recuperado, o atacante fez mais 25 gols em 2010, chegou a ser convocado consistentemente para a seleção brasileira e foi vendido para a Europa por pouco mais de cinco milhões de euros no início do ano seguinte. Fora do Galo, novamente não teve sucesso: passou em branco no Anzhi Makhachkala e fez apenas 15 gols no Al-Gharafa, do Qatar, em duas temporadas.
Em 2013, o artilheiro não vivia os melhores momentos de sua trajetória no futebol, mesmo tendo 27 anos, idade em que jogadores normalmente atingem seu auge. Em baixa, recebeu outra oportunidade no Galo, onde já era querido depois de sua primeira passagem, sendo anunciado no Twitter pelo presidente Alexandre Kalil (atitude que, ironicamente, Sette Câmara repetiria anos depois)
Se na primeira passagem Diego Tardelli já virou ídolo do Galo, na segunda então...
Com seis gols na Libertadores de 2013, Tardelli foi o vice-artilheiro do Atlético-MG na competição, atrás apenas de Jô, marcando alguns dos tentos mais importantes da história do clube. Retornou para a seleção brasileira, fez o gol do título da Copa do Brasil em 2014 e escreveu de vez seu nome como um dos grandes ídolos da história centenária do Galo.
Chegou no Brasil de novo em 2019 como uma certeza: era o grande artilheiro da China, o centroavante que iria chegar para solucionar o problema do ataque gremista...e em apenas um ano, perdeu todo seus status, chegando a ter seu contrato rescindido no Rio Grande do Sul.
Parecia o destino: o Galo ainda não tinha um centroavante confiável para 2020, com Di Santo e Ricardo Oliveira sendo questionados, a torcida queria o jogador e Tardelli estava em baixa, pronto para retornar ao clube onde se tornou ídolo. Sette Câmara e a diretoria do clube relutaram, relutaram, relutaram...mas o atacante vai vestir a camisa alvinegra do Atlético-MG mais uma vez.
Assim como em sua primeira passagem, Diego Tardelli encontra um time disposto a recuperar o orgulho e seu protagonismo, investindo pesado no mercado, mas que ainda esbarra nos resultados fracos, em contratações que não dão certo, em apostas que fracassam.
Se o atacante conseguir recuperar a forma que lhe consagrou, pode, pela terceira vez, encontrar seu porto-seguro no Atlético-MG, e se reafirmar como um dos grandes centroavantes brasileiros de sua geração.