Profecia maldita: sucessão papal, Avellino sobe

Às vezes, a vida tem dessas coincidências—fatos que não precisam ter uma ligação direta, mas que, inexplicavelmente, acabam andando lado a lado. Estamos falando da história do US Avellino 1912, um clube histórico e modesto da Itália que parece carregar consigo uma espécie de profecia maldita.
No último sábado, 19 de abril, o time comandado por Raffaele Biancolino confirmou matematicamente o acesso à Serie B, a segunda divisão do futebol italiano, após vencer o Sorrento (1 a 2) e aproveitar a derrota do Audace Cerignola, seu perseguidor direto. O clube celebrou o feito no Domingo de Páscoa, e na segunda-feira, o país e o mundo se comoveram com a notícia da morte do Papa Francisco.
Poderia não haver relação alguma. A questão é que essa é a sexta vez que um Papa falece ou abdica no mesmo ano em que o Avellino sobe de divisão. O agravante desta vez é que nem 48 horas se passaram entre uma notícia e a outra.
A primeira coincidência ocorreu em 1958, quando o Avellino subiu à quarta divisão italiana pouco depois da morte do Papa Pio XII. Cinco anos depois, em 1963, após alcançar a Serie C, João XXIII faleceu, vítima de um câncer de estômago.
A história segue com o lembrado ano de 1978, o ano dos três Papas. Paulo VI, sucessor de João XXIII, morreu no mesmo ano em que os Lobos conseguiram seu primeiro e único acesso à Serie A. Também faleceu nesse ano João Paulo I, o Papa dos 33 dias, que foi sucedido por João Paulo II.
O pontificado de Karol Wojtyla foi um dos mais longos. Em abril de 2005, o Papa polonês morreu, pouco antes do Avellino subir para a Serie B. Por fim, em fevereiro de 2013, Bento XVI abdicou do papado para dar lugar a Francisco. Em maio, os verdibrancos conquistaram mais um acesso à Serie B.
Após a morte do Papa Francisco, o Avellino lembrou em suas redes sociais que, alguns meses antes, o Papa argentino havia abençoado e assinado a camisa dos Lobos. É conhecido o amor do primeiro Papa latino pelo futebol e pelo seu San Lorenzo, do qual era sócio e que costumava visitar com frequência, quando ainda era clérigo em Buenos Aires.