Com Griezmann, Barcelona revive o que teve com Coutinho

O Barcelona parece estar arrependido de ter contratato Antoine Griezmann da mesma forma que se arrependeu de Philippe Coutinho. Os dois foram contratados jogando muito bem em seus ex-clubes e era isso que se esperavam deles na Catalunha: dividir o protagonismo com Lionel Messi. Mas nem de longe se viu isso.
Tanto o brasileiro quanto o francês não conseguiram repetir o bom futebol visto no Liverpool e no Atlético de Madrid, respectivamente. De contratações milionárias, se tornaram jogadores questionáveis e negociáveis em questão de meses.
Coutinho jogou quase seis temporadas no Liverpool sendo o grande jogador da equipe no período. Com o apelido de "mágico", o brasileiro encantava o mundo todo com seus gols e assistências. Na temporada 2017/18, antes de ser contratado pelo Barça em janeiro, ele havia disputado 20 jogos com os Reds: foram 12 gols e oito assistências, ou seja, em média, ele teve uma partipação em gols por partida.
Mas na Catalunha, o meio campista nunca conseguiu se firmar como a grande estrela que se esperava. Coutinho teve lampejos do que havia mostrado no Liverpool. Por vezes, entrava como substituto ou ficava no banco de reservas o jogo todo. Em 75 jogos, apenas 21 gols e 11 assistências de um jogador que se esperva muito mais.
Depois de uma temporada e meia, os cerca de 160 milhões de euros (R$ 864 milhões) investidos em Coutinho já eram um arrependimento na Catalunha. O brasileiro passou a ser usado como moeda de troca nas tentativas frustradas do clube repatriar Neymar e, por fim, o Bayern esteve disposto a ter o jogador por empréstimo por um ano.
Porém, para a preocupação do próprio jogador e do Barça, o clube alemão não dá sinais de que irá exercer a opção de compra e Coutinho deve voltar para o Barça na próxima temporada. Neste cenário, o brasileiro voltaria para ser usado, mais uma vez, como meda de troca, e o time catalão ficaria com dois grandes problemas no elenco, por que Griezmann também não agrada.
O problema do francês parece estar mais ligado a posicionamento e estilo de jogo. Em suas cinco temporadas no Atlético de Madrid de Diego Simeone, Griezmann jogou mais como um segundo atacante, atrás de jogadores como Diego Costa, Alvaro Morata e Fernando Torres.
Griezmann nunca foi um "camisa nove definidor" como Suárez ou um atacante de lado de campo, para formar um trio com o uruguaio e Messi. E quando joga como um ponta, Griezmann tem dificuldades de se encontrar em campo porque, como canhoto atuando pelo lado esquerdo, não consegue ir direto para o gol como faz o camisa 10 pelo lado direito.
Após somente uma temporada, depois de gastar 120 milhões de euros (R$ 650 milhões), e somente 14 gols e quatro assistências em 37 jogos, Griezmann parece não fazer mais parte dos planos do Barça, que já estuda vendê-lo por um valor abaxo do que foi investido.
Coutinho e Griezmann têm trajetórias parecidas no Barcelona. E parece que o fim das duas está se aproximando. Estaria o Barça visando a recontratação de Neymar ao se "desfazer" dos dois últimos grandes investimentos?