Daniel Alves concedeu uma interessante entrevista ao jornal inglês "The Guardian", onde falou sobre o seu sonho de disputar mais uma Copa do Mundo e aproveitou para analisar o futebol brasileiro.
"O Brasil é um cemitério de treinadores e jogadores. Nosso sistema se baseia nas coisas serem sempre as mesmas. Quando você tenta algo diferente, as pessoas ficam contra você, por que se funcionar isso vai mudar o sistema inteiro", analisou o lateral.
Fora das últimas convocações de Tite para os jogos da Seleção Brasileira, Alves ainda acredita pode estar no Catar no próximo ano.
"A Copa do Mundo é um sonho que eu não vou desistir. Eu vou lutar para me manter em alto nível e ter essa última experiência na Seleção. Esse é o meu desafio. Não é só um sonho. Eu vou competir. Agora é hora de trabalhar e construir. O que me motiva é a competição e os sonhos. Enquanto eu estiver vivo vou lutar pelos meus sonhos", disse.
O experiente jogador também falou sobre o trabalho de Fernando Diniz, ex-treinador do São Paulo, e o colocou ao lado de nomes como Tite e Pep Guardiola.
"Você pode dizer: "Ele não ganhou o título". Mas eu não estou falando disso, eu estou falando sobre futebol. Eu admiro ele muito. Ele se importa com as pessoas, tem muitas ideias sobre futebol e ele sabe o que quer do futebol".
"Estou sempre estudando para melhorar meu jogo. Porém, infelizmente, eu vivo em um país no qual Joshua Kimmich jogando de meia é muito legal, mas eu jogando não é. Por quê? Eu posso jogar em qualquer posição. Eu atuei no Paris Saint-Germain como meia. Quando eu estava lá, (o técnico) Thomas Tuchel me falou que o lado direito do campo era muito pequeno para mim, porque todos os bons jogadores precisam ter a bola o tempo todo".
"Ele disse que era um desperdício me ter como lateral direito. É engraçado. No Brasil, eu tenho que ser lateral porque eu fui o melhor lateral-direito do mundo. Mas se eu voltar a ser lateral, eles vão dizer que estou velho. Olhe as estatísticas. Eu estou jogando bem. Qualquer um que trabalha comigo sabe o que eu posso fazer, não sou uma criança que está começando agora. Minha mente só diz uma coisa: performance. Eu preciso desempenhar. Essa é a minha obsessão", concluiu.