Se a frase “é hora de separar os meninos dos homens”, usada por Michael Jordan para descrever os playoffs da NBA, for verdadeira e aplicável a qualquer esporte, Bruno Guimarães virou adulto em 2018. Foi a temporada que marcou o título paranaense, com direito a gol marcado no jogo de volta da final contra o Coritiba, arquirrival, mas especialmente pela conquista da Copa Sul-Americana. Mas ainda que, com apenas 21 anos, já fosse um dos pilares do time, o grande protagonista daquele triunfo foi o atacante Pablo, que depois seria negociado com o São Paulo.
Agora, em 2019, embora o Athletico tenha como grande arma o jogo coletivo, rápido e ofensivo aplicado pelo técnico Tiago Nunes, Bruno é o fator que desequilibra pelo rubro-negro paranaense. Já vinha fazendo isso, inclusive em jogos decisivos, e segue sem decepcionar. Nesta quarta-feira (12), foi de seus pés o gol da vitória por 1 a 0 sobre o Internacional, que deu, ao Furacão, a vantagem mínima na final da Copa do Brasil. Na próxima semana, um empate no Beira Rio sacramenta o título inédito.
O gol é o argumento máximo, mas Bruno Guimarães continuou a demonstrar outras virtudes que mostram o excelente jogador que ele já é, e o tamanho do que pode vir a ser futuramente: conduziu o meio-campo de sua equipe nos passes, ajudando na criação e manutenção da posse de bola, além de também ter ocupado bem os espaços sem a esfera. Uma partida completa de um meio-campista completo. Com um futebol muito mais maduro do que os 21 anos de vida sugerem.
Confiante, Bruno Guimarães chama o jogo para si porque sabe que é engrenagem fundamental para aumentar as chances de seu time. Nesta Copa do Brasil, os três jogos em que mais tocou na bola foram contra o Inter (94), Flamengo (94, quartas de final) e Grêmio (92, semis). Todos, duelos de ida na Arena da Baixada, já que geralmente quando joga em casa o mandante costuma ter mais a bola. Mas o camisa 39 também sabe decidir, algo que já havia provado tanto na final estadual de 2018 quanto no caminho rumo ao título da Sul-Americana do mesmo ano, no qual inclusive fez gol na semifinal contra o Fluminense.