Ex-jogador da seleção paraguaia e do América do México, Salvador Cabañas revelou que havia firmado acordo de transferência ao Manchester United antes de sofrer o trágico atentado que o levou a abreviar sua carreira em pleno auge.
Cabañas era considerado um dos melhores artilheiros de toda América Latina durante seu apogeu, sendo nomeado o Jogador do Ano em 2007 de seu continente, e o maior goleador da Copa Libertadores por dois anos seguidos.
Porém, em janeiro de 2010, logo após liderar o Paraguai a conquistar uma vaga na Copa do Mundo marcando seis gols na fase classificatória, Cabañas levou um tiro na cabeça em uma boate mexicana, durante uma discussão com um traficante de drogas.
Seus ferimentos o impediram de representar seu país durante o Mundial da África do Sul, e apesar de voltar aos gramados em 2012 com o clube paraguaio 12 de Outubro, Cabañas sofreu para voltar à boa forma e acabou abandonando a profissão dois anos depois.
O ex-jogador é considerado um dos melhores atacantes que passou pelo América em toda sua história, marcando 66 gols em 115 partidas.
Todavia, o paraguaio declarou não ter recebido todo o apoio que esperava do clube mexicano após a tragédia que quase lhe tirou a vida. “Me dei conta de que quando você joga bola é considerado um astro, e quando não joga ninguém presta atenção em você. É uma ingratidão”, disse Cabañas.
Agora, ele trabalha na capital do Paraguai, Asunción, vendendo pães, e revelou que estava prestes a transferir-se para Old Trafford antes de sua vida mudar completamente.
“Haviam me confirmado sobre um pré-contrato de 1,7 milhão de dólares (cerca de R$ 7 milhões) para uma transferência à Europa. Me avisaram que meu destino seria o Manchester United e com isso o América dobrou meu salário, me deram um apartamento em Acapulco e outro em Cancún para me segurarem”, conta o ex-jogador.
Sua recuperação do acidente foi marcada por conflitos com o América envolvendo salários atrasados, e ele admite ter se sentido isolado durante esse período.
“Quando se está bem eles estão sempre ao seu lado, depois te esquecem”, declarou o ex-atacante. “Isso é triste. Eu era considerado um ídolo no Paraguai. Ninguém da Associação Paraguaia de Futebol ou do meu antigo time me procurou para oferecer ajuda. As pessoas comuns lembram de mim, eu os respeito muito e é isso que me mantém de cabeça erguida. Essa é a vida, isso faz parte de ser jogador de futebol”.
Apesar de ter sua sorte completamente modificada, o ex-jogador que se tornou padeiro está feliz com sua nova vida: “Estou seguindo adiante e vou continuar. Eu gosto do meu trabalho, as pessoas me reconhecem e me perguntam sobre futebol. Me divirto muito”.