"Choro todos os dias sozinho. Quando entro em casa, procuro me mostrar forte. Afinal, sou a pilastra da família. Choro em geral no trânsito e ligo para amigos apenas para chorar", explicou o pentacampeão em entrevista a 'Revista Veja'.
As vezes esquecemos que os atletar são humanos e vivem seus dramas pessoais. Nesse entrevista concedida a 'Veja', Cafú deixou isso bem claro.
"Havia um jogo com amigos marcado, mas eu teria uma viagem de trabalho aos Estados Unidos e antecipei a partida. O Danilo (seu filho) estava no mesmo time que eu. Em um intervalo, ele saiu e eu segui jogando. Três minutos depois, notei um tumulto fora do campo. Por curiosidade, fui ver o que estava acontecendo, e deparei com meu filho sofrendo convulsões. Entrei em pânico, pois ele tinha um histórico cardíaco delicado. Quando chegamos ao hospital, depois de meia hora um médico me chamou. Eu disse: “Doutor, não precisa falar nada. Estou vendo que ele não responde”. Fiquei de pé, orando e pedindo a Deus que não levasse meu menino. Não foi possível", relatou o capitão do penta.
Cafú perdeu o filho há dos meses e segue visitando o túmulo de Danilo: "A cada cinco dias, vou ao cemitério visitar o túmulo. Eu não assimilei o que aconteceu. Não tive coragem de entrar no quarto dele até agora, meu filho Wellington recolheu as coisas e colocou tudo para doação. Nunca mais pisei no campo onde aconteceu a convulsão".
"Não sei como descrever a sensação de jogar terra sobre o caixão de um filho sabendo que ele não vai mais voltar. A morte de um filho acompanha um pai e uma mãe para o resto da vida". Nesses momentos duros, a religião parece servir de apoio.
"Eu digo: “Senhor, ele era muito novo. Pode não ter vivido o suficiente. Se foi a sua vontade, respeito; mas preferia ele aqui conosco", afirmou Cafú.
"O Danilo viveu comigo fora do Brasil e foi aos jogos das Copas de 1994, 1998, 2002 e 2006. Absolutamente todos os jogadores entraram em contato. Após o enterro, fiquei dias sem ligar o telefone. Quando fui ver as mensagens, havia mais de 5.000", concluiu.