A final repetia um finalista, o Sporting. Os leões foram derrotados no ano passado depois de uma reviravolta frente ao Desportivo das Aves. Este ano os verdes e brancos queriam a desforra e a esperança estava bem viva.
Do outro lado, o FC Porto. Os dragões não vencem o troféu desde 2011 e vinham de um golpe duro depois da perda do campeonato. Uma equipa que chegava à final com a certeza de que queria dar uma alegria a todos os jogadores que abandonarão o clube no próximo mercado (e são muitos!) e também a Casillas que está afastado dos terrenos de jogo depois de ter sofrido um enfarte.
Não era a primeira vez que as equipas se defrontavam esta temporada e em finais repetiam-se os finalistas da Taça da Liga onde os leões de Marcel Keizer foram mais felizes na marca das grandes penalidades.
O jogo começou muito equilibrado com remates perigosos de ambos os lados em que Renan e Vaná eram os protagonistas ao dizer não aos golos.
Aos 24', Marega conseguiu abrir o marcador. Na análise do VAR é possível verificar que o maliano está em posição irregular e que a bola chega de um desvio de Soares. Golo anulado ao FC Porto e a emoção da Taça continuava ao rubro.
Durante quinze minutos o FC Porto tentou entrar na área do Sporting, mas a boa organização defensiva dos leões mantinha o empate no marcador até que apareceu Soares para abrir o marcador. Livre de Alex Telles que sobra para Herrera. O capitão dos azuis e brancos cruza para Soares que na frente da área cabeceia para o fundo da baliza de Renan.
Depois de um golo anulado e com este validado Sérgio Conceição lembrou o guarda-redes espanhol que está afastado dos terrenos. O treinador dos dragões levantou a camisola número 1 para dedicar o golo ao guardião dos azuis e brancos. A homenagem foi ainda mais especial quando o p´roprio Soares pegou na camisola e colocou-a no centro do campo em jeito de celebração.
Os festejos azuis e brancos duraram pouco. A segundos do intervalo, Bruno Fernandes consegue empatar o marcador. Grande trabalho de Acuña na esquerda que cruza para o capitão dos leões. Depois de uma receção imperfeita e um remate longe dos seus potentes disparos vê a bola desviar num jogador rival e enganar Vaná.
Depois do descanso o encontro mudou. O Sporting adormeceu e foi o FC Porto que correu atrás da vantagem no tempo regulamentar. Herrera, Marega e companhia tentavam o tudo por tudo mas Renan e a sua defesa organizada não permitiam a vantagem azul e branca.
Os duelos Marega-Mathieu foram uma constante na área leonina. Aos 61' o maliano tentou o remate mas o francês cortou muito bem e evitou dar espeço ao jogador dos dragões. No minuto seguinte foi a vez de Coates limpar o possível remate de Soares.
Marcel Keizer fez entrar Bas Dost para o lugar e Diaby para dar dinâmica ao ataque leonino e conseguiu. Durante 10 minutos. O Sporting conseguiu pressionar no tempo que o FC Porto demorou em reorganizar-se.
Até ao final dos noventa, o FC Porto continuava a pressionar e a tentar vencer a final mas o apito de Jorge Sousa dava sinal de prolongamento.
No prolongamento as fragilidades de ambas as equipas começaram a aparecer. O calor e o excesso de carga física faziam com que os jogadores se mostrassem cansados e com problemas musculares.
Mas alguém mais fresco do que os outros conseguiu chegar ao golo na primeira metade do tempo extra. Bas Dost apareceu nas costas da defesa azul e branca e fez o que sabe fazer. Bateu Vaná e colocou o Sporting na frente da eliminatória pela primeira vez.
O FC Porto voltou a atacar com todas as forças que tinha mas a organização, ou a falta dela, não ajudavam na precisão azul e branca. O Sporting aproveitava os erros portistas e tentava sempre assustar mas Vaná estava atento.
Sérgio Conceição apostava forte no ataque e não deixava os seus atletas recuarem no campo. E deu resultado. No último segundo do prolongamento Hernâni cruza para a área, a bola desvia na cabeça de Adrián e chega para Felipe que restabelece o empate no encontro e arrasta a decisão para a marca das grandes penalidades.
Os penáltis, o fantasma dos dragões estava de volta e a repetição da final da Taça da Liga reinventava-se, desta vez, no Jamor. Bas Dost falhou primeiro com um remate à trave. Um pouco depois, Pepe fez o mesmo para os dragões. No mata-mata, Fernando Andrade viu Renan negar-lhe o golo e Luiz Phellype foi o responsável por dar a taça aos leões.
Numa época em que estiveram em todas as frentes, os dragões vêm tudo fugir. A conquista da Supertaça no início da temporada foi o único troféu conquistado pelos de Conceição que não conseguiram fazer a verdadeira homenagem que queriam a Casillas.
Do outro lado, o Sporting acabou em grande e com uma época melhor do que a passada. Depois de um momento de muitos baixos, desde a chegada de Marcel Keizer que o leão despertou e nas duas finais em que esteve presente rugiu.
No carrossel de emoções que foi esta final da Taça de Portugal a festa acabou verde e branca e com um leão que prova que até pode parecer adormecido mas que não está perdido.