Tudo começou com o Sevilla. Foi a primeira equipe espanhola a ter patrocínio de casa de apostas em sua camisa. Na época, Kanouté era um dos jogadores contrários a esse tipo de publicidade. O atacante marcou época por sua eficiência diante dos goleiros adversários, mas também chamava atenção por tapar esse tipo de publicidade devido a discordâncias motivadas pela religião.
Na Itália, ao fim da última temporada, foi assinado o Decreto pela Dignidade, uma reforma aplicada para proibir a publicidade de casas de apostas no futebol. Deste modo, o governo italiano pretende travar uma guerra com um dos maiores fenômenos midiáticos dos últimos anos. Os problemas de vício em jogo estão proliferando, segundo afirma um estudo da universidade canadense de Calgary publicado pela revista 'The Lancet', e a necessidade de dar uma solução para isso entra em conflito com os interesses econômicos do futebol italiano.
O jornal 'Tuttosport' afirma que a Serie A deixará de ganhar cerca de 35 milhões de euros. As consequências vão mais longe tendo em conta os dados da Associação de Usuários de Publicidade do país, pois estima perda de 150 milhões.
No futebol espanhol, parece não haver um movimento semelhante que desvincule as apostas dos protagonistas do esporte. Pelo contrário. O próprio Campeonato Espanhol é patrocinado por uma dessas casas. Entre os clubes da elite, apenas a Real Sociedad não recebe verbas vindas desse tipo de negócio - mas já teve com a KirolBet. A escolha veio dos sócios, que votaram por não ter esse tipo de empresa e parceria como fonte de verbas para o clube. Na segunda divisão, a realidade é muito semelhante.
É algo global, que existe e ganha espaço enquanto não houver regulamentação que evite a expansão incontrolável desse mercado que movimenta grandes quantidades de dinheiro, mas que é visto por muitos com maus olhos por não contribuir com a sociedade de uma forma saudável e ainda trazer consequências prejudiciais como as já observadas na Itália.