Depois de passagens por Atlético-MG e Corinthians, Juan Cazares chegou ao Fluminense em meio a dúvidas. A qualidade do equatoriano com a bola nos pés indicava uma excelente contratação, mas os problemas extracampo e a consequente falta de regularidade levantaram o “porém” nesta avaliação. Mas a sua primeira impressão com a camisa tricolor, no empate por 1 a 1 com o River Plate, pela Libertadores, mostrou todo o lado positivo do meia-atacante de 29 anos.
O Fluminense estreou na fase de grupos desta edição da competição continental, contra o River, um dos favoritos ao título, precisando mostrar poder de reação. A equipe argentina abriu o placar logo aos 13 minutos do primeiro tempo, com Gonzalo Montiel convertendo pênalti cometido pelo goleiro Marcos Felipe. Os visitantes fizeram um primeiro tempo melhor no gramado do Maracanã, mas o roteiro do encontro mudou justamente quando Cazares entrou em campo.
O equatoriano saiu do banco de reservas no início do segundo tempo, substituindo Nenê – que aos 39 anos virou o jogador mais velho a defender o Fluminense na Libertadores. E sua estreia só poderia ter sido melhor se, ao invés do empate, o time treinado por Roger Machado tivesse vencido. Ainda assim, o desempenho individual chamou atenção: Cazares deu o passe para Fred marcar o gol de empate, tendo seu talento reconhecido pelo próprio atacante, com quem fez parceria também no Atlético-MG, em sua comemoração.
“A gente se conhece. Sabia que ele ia fazer a diagonal, eu tinha que deixar na frente. Ele é matador, artilheiro também. A única coisa que pude fazer foi deixar na cara do gol e comemorar. Feliz pelo empate, queríamos a vitória, mas é futebol, acontece. Agora é trabalhar e continuar, porque Libertadores é muita coisa pela frente”, disse Cazares, eleito melhor do jogo.
Atente-se à parte final do discurso de Cazares. Pouco depois, o equatoriano voltou a falar sobre a necessidade de seguir trabalhando forte para ajudar o Fluminense nesta temporada: “Agora trabalhar, que isso não é por acaso. A gente vem trabalhando forte”, seguiu o jogador, depois de comentar os seus lances mais emblemáticos nesta estreia pelo clube carioca.
Se no Atlético-MG, entre 2016 e 2020, Cazares ganhou fama de “craque problema” e sua única temporada no Corinthians foi marcada, além das boas jogadas, por um certo descuido com a parte física (um dos motivos pelos quais o meia acabou deixando o Alvinegro Paulista), agora no Fluminense o seu maior desafio é manter a regularidade das boas exibições. Se conseguir fazer isso, o torcedor tricolor pode ter certeza de que terá um time melhor e bem legal de se acompanhar.