Quando relembrarmos a vitoriosa campanha do Brasil na Copa América de 2019, será difícil apontar um maior destaque individual que não seja Everton Cebolinha. Justamente o único jogador de linha que ainda atua por um clube brasileiro. O ponta-esquerda do Grêmio virou xodó pela ousadia e desempenho decisivo em campo, ganhou a titularidade ao longo do torneio e não largou mais. Fez história como artilheiro da competição [3 gols] e destaque maior na vitória por 3 a 1 sobre o Peru, dentro do Maracanã. Um feito gigante em tempos nos quais as maiores estrelas que vestem a amarelinha atuam na Europa.
Everton abriu o placar aos 15 minutos, aparecendo sozinho na área para completar o belíssimo cruzamento feito por Gabriel Jesus. E ainda no primeiro tempo teria o privilégio de ser o único jogador a ter o nome cantado em uníssono dentro do Maracanã, depois de arriscar jogadas individuais. Não desceu para o intervalo como melhor em campo, uma vez que havia sido Gabriel Jesus o autor do gol que recolocou a seleção na frente, após o empate de Paolo Guerrero, mas já se colocava como um dos maiores destaques.
Na etapa derradeira, marcada pela queda técnica em campo e a expulsão de Gabriel Jesus, que deixou a vitória por 2 a 1 – e consequente título – em ameaça, fez a jogada individual apontada como pênalti pelo árbitro chileno Roberto Vargas. Richarlison converteu a batida e o torcedor sentiu-se confortável o suficiente para gritar “campeão” pela primeira vez no Maracanã. Finalizado o jogo, recebeu o prêmio de melhor da partida, sendo mais uma vez ovacionado dentro do estádio.
E ainda que Daniel Alves tenha sido oficialmente eleito como melhor do torneio, talvez especialmente pela exibição espetacular na semifinal contra a Argentina, nenhum jogador foi mais decisivo no título continental do que Everton Cebolinha: artilheiro e melhor em campo na finalíssima. Tudo isso ocupando a vaga deixada pelo cortado Neymar, o último que anos antes, dentro do mesmo estádio, gritava “campeão!” ainda como representante de um time do nosso país. Se na Copa das Confederações o destaque maior ocupava a ponta-esquerda e ainda jogava no Santos, nesta Copa América 2019 o protagonista do título ocupou a mesma posição e defende o Grêmio... mas também parece de malas prontas para a Europa.