O Paris Saint-Germain começa mais uma edição da Champions League cercado de expectativas na busca de seu maior objetivo: traduzir no maior torneio de clubes europeus a força econômica que passou a ter nos últimos anos.
Entretanto, antes da estreia na edição 2018-19 do certame, nesta terça-feira (18), contra o Liverpool, o treinador do PSG garantiu que não há obrigação para a conquista do troféu e respondeu de forma direta e forte às perguntas sobre a pressão que é jogar no estádio de Anfield, mítica casa dos Reds.
“Nós estamos em um grupo complicado (estão na mesma chave de Liverpool, Estrela Vermelha e Napoli) e gostamos do desafio aqui, e do desafio no grupo”, disse, recusando-se a falar de um eventual favoritismo do PSG.
“Nós podemos falar por isso por horas e horas, mas não te deixa nem um centímetro mais perto do título. Não faz sentido falar sobre coisas que ainda irão acontecer”.
Tuchel também fez mistério sobre como vai escalar Neymar em campo. Neste início de temporada o brasileiro, que geralmente ocupa a ponta-esquerda, também atuou como meia centralizado, atrás do centroavante: "Eu não vou dizer, é claro. A certeza é que ele vai jogar, mas em qual função eu não vou dizer!"
DESAFIO DE JOGAR EM ANFIELD
“Para jogar em Anfield você precisa de muita experiência e coragem”, seguiu o treinador alemão. “Em minha opinião nunca é cedo para ter um desafio deste. Pode trazer à tona o melhor de nós. É em uma pressão deste nível que conhecemos uns aos outros. Jurgen (Klopp, treinador do Liverpool) está há muitos anos construindo e deixando a sua influência nesta equipe, o que lhe dá certa vantagem. O que precisamos é da melhor performance com a bola e sem a bola”.
“Você nunca vai conseguir ficar confortável contra os times do Jurgen, e nunca vai conseguir ficar confortável em Anfield. Esta atmosfera pode tirar o melhor de nós”, completou.
LEMBRANÇAS DE UMA HISTÓRICA
Tuchel sabe muito bem o que disse na última resposta. Afinal de contas, em 2016 o seu Borussia Dortmund sofreu uma eliminação histórica para o Liverpool de Jurgen Klopp após ter aberto vantagem de 2 a 0 nas quartas de final da Europa League 2015-16. Naquele histórico 14 de abril o time inglês conseguiu uma épica vitória por 4 a 3 que garantiu vaga na semifinal da competição.
Em 2016, Tuchel viveu uma derrota marcante para o Liverpool de Klop (Fotos: Getty Images)
Mas ao invés de sentir-se traumatizado, Thomas Tuchel garante que tem orgulho de ter participado de um momento tão épico do futebol europeu: “Hoje eu sou mais grato por ter feito parte daquilo, como um esportista. Foi uma última segunda derrota, logo antes da semifinal. Com o passar dos anos fiquei grato pela experiência. É impossível sentir-se confortável em Anfield, e por um minuto achamos que tínhamos tudo sob controle. Em dez segundos eles podem marcar um gol. As transições deles são muito boas. Não há momento de calma e quietude aqui. Não dá para descansar”.
“Acho que eles (jogadores do PSG) sabem disso. Caso não saibam, eu vou dizer a eles e eles ficarão cientes (...) Às vezes você precisa de uma vitória especial para ir longe na competição. A cada ano é um recomeço, é preciso entrar na onda e surfar. O Liverpool conquistou cinco títulos de Champions League. Estamos trabalhando contra isso. Somos candidatos, não favoritos”.
O PSG lidera o Campeonato Francês com 100% de aproveitamento após 5 rodadas
Logo após dizer que o time que tem Neymar, Mbappé e Cavani não é um dos favoritos, Tuchel garantiu que não sente a obrigação de levantar a taça continental: “Ninguém me disse que eu precisava ganhar. Se fizessem isso, eu não teria assinado o contrato. Não é fácil ganhar. Às vezes eu sinto pelo time, eu sei o esforço que fazemos. Enfrentamos times que se fecham muito na defesa, são organizados, e vencemos. E não vencemos por que é fácil, mas porque estes caras mostram vontade. Quando parece fácil, é mais difícil”.
“Nesta competição, não importa o campeonato que você faz parte, a cada semana você está sob o microscópio e precisa entregar. É o que estes rapazes estão fazendo. Não é fácil”.