O atacante Clayson passou as últimas três temporadas como jogador do Corinthians e, mesmo com alguns problemas de lesão e aguentando críticas da torcida, pode dizer que foi titular nas retas finais das conquistas do Brasileiro de 2017 e dos Paulistas de 2018 e 2019. Ainda assim, optou por aceitar uma saída para o Bahia em 2020.
Em adaptação a Salvador e assegurando não ter qualquer problema com sua passagem pelo Timão, o jogador atendeu a reportagem da 'Goal' e explicou os motivos que o levaram ao Tricolor baiano.
"O Bahia apresentou um projeto muito interessante para mim, de longo prazo, e que era muito interessante para o Corinthians também", comentou o jogador, que reencontrou o meia Rodriguinho em terras soteropolitanas.
Contente com o papel desenhado para ele pelo técnico Roger Machado, que foi seu adversário na final do Estadual de 2018, Clayson assegurou que o projeto do Bahia é brigar em todas as frentes possíveis.
Goal.com: O que o levou a aceitar a proposta do Bahia neste ano? Não se via mais no Corinthians?
Clayson: Foi algo bom para todas as partes, então resolvemos aceitar. O Bahia apresentou um projeto muito interessante para mim, de longo prazo, e que era muito interessante para o Corinthians também. Fui muito feliz no Corinthians, fazendo história com títulos. Se tivesse que ficar, ficaria sem problemas. Mas foi algo que aconteceu e que, como disse, foi bom para todos os envolvidos.
Goal.com: Como foi a adaptação a Salvador, sua e da sua família? Apesar do momento atual, o que achou da cidade e do ambiente?
Clayson: Ainda são poucos meses, mas nos adaptamos muito bem. Era uma cidade que eu já conhecia e, inclusive, tinha passado férias em dezembro. Minha família gostou muito, o pessoal vinha sendo muito acolhedor e estávamos muito à vontade. Agora temos pouco contato, mas recebemos sempre carinho por meio das redes sociais. No clube também o ambiente é excelente e a recepção de todos foi muito boa.
Goal.com: Você teve um período de contestação entre a torcida do Corinthians, mas tinha bons números de gols e assistências. Por que acha que havia essa resistência? Ficou algum arrependimento da passagem no Corinthians?
Clayson: Nenhum arrependimento. Um clube que me recebeu muito bem, que fiz grandes amigos e consegui escrever minha história com três títulos importantes. Foram mais de 100 jogos, gols, assistências e muita dedicação e entrega durante todo tempo que vesti esta camisa. Um dos maiores clubes do mundo, com uma torcida apaixonada e grandes jogadores na história. As críticas são normais em grandes clubes e fazem parte. Em nenhum momento isso me incomodou ou prejudicou. Assim como quando recebi os elogios eu também não me empolguei. Sempre procurei fazer o meu trabalho da melhor maneira, os números acabaram mostrando isso em 2019, com assistências e também gols. Em alguns momentos não fui bem, mas isso também foi algo geral, do time. O Corinthians sempre foi assim, um time coletivo, que quando o grupo esteve bem os títulos vieram. E nesta minha passagem não foi diferente.
Goal.com: Hoje no Bahia, você reencontrou o Rodriguinho, dois titulares do time do Corinthians campeão de 2017. Onde essa equipe do Bahia pode chegar? O objetivo é título?
Clayson: Ter jogadores de qualidade é sempre importante para a temporada. Rodriguinho é um deles e com certeza vai nos ajudar muito. A gente se conhece bem, fomos campeões juntos e vai ser ótimo estar com ele novamente. Para brigarmos em todas as frentes, é necessário um elenco grande e forte. Ter mais opções para variar esquemas e até durante os jogos é fundamental. A diretoria formou um elenco muito bom, com manutenção de atletas dos últimos anos e reforços nessa temporada. Temos condições de brigar em todas as frentes. Se vamos conseguir os títulos, não é possível saber. Mas certamente temos um grupo que pode competir de igual para igual com qualquer equipe do Brasil.
Goal.com: O Roger Machado é um treinador que valoriza muito o trabalho dos pontas. Ficou feliz quando soube que ele queria seu futebol?
Clayson: Com certeza. Desde o começo sabia que o Roger era uma das pessoas no Bahia que gostavam do meu futebol. Assim como a diretoria, que não mediu esforços para a minha contratação. Roger tem um estilo de jogo muito bom, trabalha, sim, com os pontas, mas também dá muita liberdade para a gente se movimentar. Sabendo, sempre, que temos a função de marcação e de recompor. Mas sempre com um estilo ofensivo.
Goal.com: O time sofreu um pouco no começo do ano, acabou eliminado da Copa do Brasil, mas parecia estar engrenando. Quanto a parada atrapalha um jogador de futebol e como vê essa situação atual do futebol?
Clayson: A eliminação na Copa do Brasil não era algo que queríamos, mas acabou acontecendo. Conseguimos dar a volta por cima e estávamos em uma crescente muito boa. Com certeza atrapalha, mas foi algo que aconteceu em nível mundial. Um problema grande, que afetou a todos. Não só nós jogadores de futebol, mas toda a população. Tenho conseguido treinar praticamente todos os dias, mas sabemos que é diferente. Mas ao menos dá para manter e não perder muito. Esperamos que logo tudo possa passar e, com segurança, possamos retomar os treinos.