Na contra-mão do que vem acontecendo no futebol brasileiro, onde o treinador é cada vez mais visto como vilão pela torcida, Tite se tornou um exemplo a ser seguido e um caso bastante curioso. Ele conta com o apoio de todos(ou quase todos) os torcedores da 'Canarinha'. O assédio com ele é tanto ou maior do que com nomes como Neymar, Coutinho e Gabriel Jesus, destaques da Seleção. Até uma música foi criada e é sempre cantada nos estádios "Olê, olê, olê, olê, Tite, Tite, Tite", em alusão ao comandante.
A idolatria é tão grande que recentemente, num movimento nas redes sociais, alguns torcedores apontaram Tite como um dos melhores nomes a serem indicados à presidência do Brasil e diante da rejeição dos prováveis candidatos, o treinador da Seleção teve seu nome muito bem avaliado na sociedade.
Essa "Titemania" é o reflexo de um trabalho sério que vem sendo exercido pelo técnico. Ele resgatou o orulho do torcedor que estava desanimado com a Seleção num processo que começou lá em 2006, após a Copa do Mundo. Com os maiores nomes do futebol na época, o Brasil teve uma participação bem fraca no Mundial, onde casos de "estrelismo" foi maior do que a vontade de vencer.
A partir disso, o futebol brasileiro encarou uma crise de identidade, gerações perdidas, futebol pragmático, o que não condiz com a história do Brasil, famoso pela arte em seu jeito de "jogar bola". Eliminação na Copa de 2010 e vexame histórico em 2014, dentro de casa, deixaram os torcedores ainda mais sem esperança.
As coisas não mudaram nem mesmo após os 7-1, o mesmo futebol pragmático e até chato acompanhava a Seleção. Com sério risco de ficar de fora da próxima Copa do Mundo, Tite foi chamado com uma missão complicada, não fugiu da raia e por ser o nome mais coerente no momento ganhou o apoio da torcida.
Com discurso inteligente, jeito agregador e justo, Tite convenceu não só os jogadores, mas também o povo brasileiro que voltou a jogar junto com a Seleção. O resultado da união foi invencibilidade e vaga garantida de forma antecipada para a Copa do Mundo.
E no meio do caminho ainda teve um show sobre a Argentina, que nem mesmo o fantasma do Mineirão foi capaz de impedir, e uma goleada arrasadora sobre o Uruguai, dentro do estádio Centenário.
Além disso, Tite transformou jogadores que brilhavam em seus clubes, mas deixavam a desejar na Seleção, em um grupo forte e unido que trabalha de forma coletiva em busco do objetivo. Ele trouxe o orgulho do torcedor pentacampeão do mundo de volta, e a certeza de que brigará como deve brigar pela sexta estrela.