O dia 29 de junho de 2005 não foi fácil em Buenos Aires. A Argentina flertava com a glória de encerrar seu jejum de conquistas e com a chance de ver um de seus clubes atingir a final da Copa Libertadores no mesmo dia, mas a Seleção Brasileira e o São Paulo transformaram a festa em luto. E deixaram o Diário Olé sem uma capa.
April 19, 2020
Foi em uma mesma quarta-feira que o Brasil atropelou os hermanos na final da Copa das Confederações - partida que será reprisada neste domingo pela Rede Globo - e o Tricolor despachou o River Plate na semifinal do torneio continental. Sempre bem humorado, o famoso jornal argentino estampou em sua primeira página um post-it com a mensagem: "por razões técnicas não se pôde imprimir esta capa. Desculpem, até amanhã".
A primeira "razão técnica" ocorreu em Frankfurt. A Seleção Brasileira se classificara à Copa das Confederações por ser o campeão do Mundial de 2002 e também teria presença pela Copa América de 2004 - derrotada nos pênaltis pelo Brasil naquela decisão marcada pelo gol de Adriano que empatou o duelo no final, cumpriu a posição de time sul-americano no torneio realizado na Alemanha.
E o Imperador voltaria a castigar a equipe albiceleste. O centroavante abriu o placar em Frankfurt logo aos 11min, e Kaká e Ronaldinho ajudaram a comandar o baile daquela que talvez tenha sido a maior atuação do Brasil pós-penta. Um gol cada dos astros, que viram Adriano marcar mais um. Pablo Aimar descontou e cravou o 4 a 1 que encerraria o placar. A Argentina seguiu com o jejum de taças que persiste desde 1993.
O 'Olé', entretanto, ainda tinha a chance de fazer uma capa que tripudiasse sobre os vizinhos de fronteira. O River Plate receberia o São Paulo no Monumental de Nuñez hora depois da final da Copa das Confederações após ter perdido o duelo de ida no Morumbi por 2 a 0. E, novamente, a festa foi brasileira.
O jogo foi mais duro e equilibrado do que a final em Frankfurt, mas o Tricolor saiu na frente com Danilo. Farias empatou ainda no primeiro tempo, e Amoroso voltou a deixar os paulistas em vantagem depois do intervalo. O zagueiro Fabão fez o terceiro, e Salas, no fim, escreveu o 3 a 2 no marcador. O time de Paulo Autuori avançaria para conquistar a taça, e o Olé teve que dar adeus à chance de uma capa.