Tite é uma unanimidade no Brasil. Mas na eliminação nas quartas de final da Copa do Mundo viu um técnico que já foi contestado em sua seleção fazer um belo trabalho tático.
Roberto Martínez iniciou o mês da Copa do Mundo da Rússia, junho de 2018, sob desconfiança e em descrédito. A ausência de Radja Nainggolan de sua convocação para o torneio - o atleta não ficou nem na pré-lista - foi motivo de protesto no empate em 0 a 0 com Portugal, em um amistoso preparatório para a competição.
Durante o jogo ocorrido no Estádio Rei Balduíno, em Bruxelas, em 2 de junho passado, foi colocada uma faixa em protesto contra a não convocação do meio-campista que pertence à Roma. A ausência foi uma opção do técnico espanhol de 44 anos.
Pouco mais de um mês depois, o técnico vive um momento ímpar à frente da Seleção Belga. A vitória sobre o Brasil nas quartas de final da Copa do Mundo deu a Roberto Martínez outro status na Bélgica.
Hoje, o treinador é quase um ídolo no país. O feito de levar a Bélgica à primeira semifinal de Copa do Mundo desde 1982 é o que permite gozar deste prestígio.
"Quando você joga com o Brasil, tem que ter uma vantagem tática. Seria fácil esperar chegar lá e a coisa dar certo. Isso não poderia acontecer com o Brasil, eles trazem essa barreira psicológica. São pentacampeões, aquela camiseta amarela... Claro que foi uma grande aposta mudar as coisas taticamente em uma Copa, mas os jogadores precisavam acreditar", disse o técnico após o jogo contra a Seleção Brasileira.
Antes de chegar à Bélgica, Roberto Martínez tinha uma carreira construída na Premier League. Ele treinou Swansea, Wigan Athletic e Everton entre 2007 e 2016, quando deixou o time do norte da Inglaterra para assumir a Seleção Belga.