Fluminense e Cruzeiro se enfrentam nesta quarta-feira (15), no primeiro jogo das oitavas de final da Copa do Brasil. O duelo de ida, marcado para o Maracanã, é um dos tantos encontros tradicionais entre gigantes do futebol brasileiro. Também vai marcar o reencontro entre dois personagens que estiveram juntos no auge de suas respectivas carreiras.
Mano Menezes, técnico do Cruzeiro, estava na Seleção Brasileira quando convocou, pela primeira vez, o camisa 10 de estilo clássico, que no Santos vivia um momento espetacular ao lado de Neymar. A estreia deles todos foi contra os Estados Unidos, amistoso realizado em 2010 e vencido por 2 a 0 com boa exibição do meio-campista.
Apesar de não ter feito gols, naquela partida o então jogador do Santos destilou o seu talento pelos gramados norte-americanos e ganhou admiração do treinador. A sequência de convocações, entretanto, só não foi maior por causa das lesões sofridas pelo camisa 10. Exatamente por isso, quando pôde contar com Ganso novamente, em 2011, Mano não escondeu a sua felicidade.
“Nem todos os jogadores que fizeram a função até aqui tem a fundamentação completa do Ganso. A armação com ele é diferente, sempre acreditei muito no que ele pode ser na seleção. Vem sendo no Santos e espero que agora com uma continuidade maior também seja na seleção", afirmou na época.
Ganso: ascensão, queda e recuperação
A última partida de Paulo Henrique Ganso com a Seleção Brasileira, vitória por 2 a 1 sobre a Bósnia em amistoso realizado em 2012, ainda tinha Mano Menezes no banco de reservas. No final daquele ano o treinador deixaria, de forma polêmica, o cargo. A demissão acontecia justamente quando a equipe demonstrava sinais de evolução.
Desde então, Ganso viu ruir toda a expectativa gerada ao seu entorno. Entre 2013 e 2016 teve bons momentos no São Paulo, mas já sem dar mostras daquele meia cerebral que encantava o Brasil com regularidade enquanto vestiu a camisa do Santos especialmente entre 2009 e 2011. As passagens por Sevilla e Amiens, na Europa, também foram adições no somatório de expectativas frustradas. No entanto, desde que retornou ao Fluminense, no início desta temporada 2019, o jogador dá mostras de que ainda pode ser muito útil em nosso futebol: em 12 jogos fez dois gols e demonstra poder de liderança no elenco.
Mano Menezes: turbulências e volta por cima
Entretanto, não foi apenas o jogador que enfrentou dificuldades após aquele 2012. Demitido da Seleção de forma injusta, para muitos, Mano Menezes teve a oportunidade de treinar o Flamengo em 2013. A passagem, no entanto, ficou marcada pelo inesperado pedido de demissão do gaúcho, após derrota por 4 a 2, por acreditar que o grupo de jogadores não conseguia entender o seu método de trabalho. Meses depois, com Jaime de Almeida transformado de interino para treinador, o Rubro-Negro conquistou a Copa do Brasil.
No ano seguinte retornou para o Corinthians, onde havia tido boa passagem entre 2008 e 2009. Entretanto, daquela vez as taças não vieram até que, em 2015, o comandante teve sua primeira passagem pelo Cruzeiro. O trabalho era tido como bom até Mano deixar a Toca da Raposa para uma rápida passagem pelo Shandong Luneng, da China. O seu retorno para a equipe de Belo Horizonte, em 2016, marcou definitivamente a recuperação de sua carreira: desde então ganhou duas vezes a Copa do Brasil (2017 e 2018) e o Campeonato Mineiro (2018, 2019).
A hora do desempate
Ganso ainda não conseguiu, ao contrário de Mano, reencontrar-se com os grandes títulos. E nesta semana também busca levar a melhor no confronto pessoal com o treinador. Até hoje foram oito partidas, com o time de Mano tendo levado a melhor em três delas. Se conseguir uma vitória às 21h30 desta quarta-feira (15) o camisa 10 do Flu iguala o número de triunfos do homem que pela primeira vez lhe chamou para a Seleção. Uma bela oportunidade para mostrar que está no caminho certo para voltar a protagonizar grandes momentos.