Adenor Bacchi, o Tite, já viveu dias melhores no comando da Seleção Brasileira. Após assumir o cargo em 2016, o técnico mudou o futebol da equipe e devolveu a confiança aos torcedores da seleção canarinho com ótimas exibições nas eliminatórias para a Copa do Mundo. Porém, após a eliminação nas quartas de final no mundial da Rússia, em 2018, a pressão sobre o treinador aumentou consideravelmente.
Então, em 2019, a seleção teve pela frente uma Copa América disputada no Brasil. Além da pressão sobre Tite, esse foi o primeiro torneio disputado em território nacional desde a Copa do Mundo de 2014 e a fatídica eliminação diante da Alemanha. Até por isso, Tite exaltou que a única opção era ganhar a competição.
“Ganhar a Copa América, aqui no Brasil, representou um grande desafio, principalmente para os jogadores que sofreram a afronta de 2014 o mais próximo possível: Dani Alves, Fernandinho, Thiago Silva”, disse o treinador à France Football.
“Este título foi ainda mais importante, pois perdemos Neymar por lesão poucos dias antes o início do torneio. A pressão e a expectativa dos torcedores eram consideráveis: vencer era, portanto, a única opção”, completou.
Tite também comentou sobre a falta que o camisa 10 do PSG faz para equipe, principalmente em um momento que o Brasil vive uma carência de grandes craques.
“Quando você tiver de enfrentar a Argentina de Messi ou o Uruguai de Cavani e Suarez, sua ausência cria mais instabilidade emocional. Neymar tranquiliza porque traz imprevisibilidade ao jogo, oferece solução individual e coletiva. Ele eleva o potencial do time. Ganhar sem ele e resistir a essa pressão fez o grupo ciente de seu valor”.
Mas apesar de levar o título da Copa América sem seu melhor jogador, a pressão sobre o treinador ainda é grande. O que os brasileiros realmente esperam é voltar a ganhar uma Copa do Mundo.
Mesmo ainda sendo o único pentacampeão, o Brasil não ganha um mundial desde 2002. Assim, no Qatar, em 2022, o jejum será de 20 anos. Vale destacar que, desde que ganhou o torneio pela primeira vez, o maior período de tempo que a seleção viveu sem ganhar uma Copa foi de 24 anos, entre 1970 e 1994.
“No Brasil, a Copa do Mundo é maior do que qualquer coisa e 2022 já está na cabeça de todos. Essa é a prioridade. Toda minha energia e minha atenção estão concentradas nisso. Dessa vez, as eliminatórias e a próxima Copa América são objetivos intermediários. Até lá, vamos continuar trabalhando e progredindo, passo a passo”, confessou o treinador.
Por fim, Tite também falou sobre sua relação com os jogadores e sobre como ele faz a gestão do grupo. Desde os tempos de Corinthians, o treinador sempre teve como um de seus principais pontos manter uma relação aberta e sincera com os jogadores, e ele tenta fazer o mesmo na seleção.
“Antes das duas últimas partidas, reuni Marquinhos e Thiago Silva, os dois titulares da zaga, e Militão, para explicar o que eu queria fazer. Eu disse a Marqui e Thiago: ‘Militao precisa de tempo para jogar, é do interesse do time ter o maior número possível de jogadores em alto desempenho. Ele jogará os dois jogos e, cada um de vocês, apenas um’”.
“Eles não gostaram muito, mas sabem que estão lidando com um treinador honesto, que faz o que diz. Entre nós, tudo está claro".