Corinthians se aproxima de roteiro do ano do rebaixamento

A cada rodada o Corinthians se aproxima um pouco mais da zona de rebaixamento do Brasileirão, enquanto dívidas, protestos e apenas uma vitória nos últimos seis jogos só aumentam a pressão. No momento, a diretoria aposta na permanência do treinador interino Dyego Coelho, apesar de já ter dito que gostaria de um técnico experiente para o momento turbulento. O fato é que, até agora, a equipe não engrenou, e o roteiro vai ficando cada vez mais parecido com o do ano do rebaixamento.
Coelho assumiu o Timão após a demissão de Tiago Nunes, em partida contra o Fluminense, fora de casa. Depois da derrota por 2 a 1, o presidente Andrés Sanchez concedeu entrevista coletiva e afirmou que o Corinthians estava de olho no mercado para contratar um treinador ‘o quanto antes’, com experiência para lidar com o difícil momento da equipe.
"O Coelho é treinador do sub-20, ele está aqui em uma emergência que o clube o convocou. Não teve tempo de treinamento. A gente está no mercado, vamos ver o que acontece nos próximos dias", declarou o dirigente.
"Estamos trabalhando em cima disso. Quanto mais experiência melhor. E ter sorte, que o treinador venha com sorte, se não tiver sorte, infelizmente, nada vai para frente. Têm poucos nomes no mercado, mas estamos trabalhando em cima disso aí", explicou.
Contudo, após a declaração, o Alvinegro do Parque São Jorge encarou o Bahia, de Mano Menezes, e teve uma boa atuação, com Coelho bancando jovens da base na equipe titular, como Xavier e Roni - este último autor de um dos gols da vitória por 3 a 2.
O fato deu certa esperança à torcida e à diretoria, de que o interino pudesse repetir a história que deu certo com Fábio Carille nos últimos anos. Mas os tempos já são outros, e a história que vem se repetindo não é bem essa.
Em 2007, ano em que o Corinthians foi rebaixado para a segunda divisão, a situação era bem parecida. O time vinha de uma recente conquista de Campeonato Brasileiro, em 2005, e tinha seus bastidores extremamente conturbados por dívidas e uma grande crise política - Andrés Sanchez assumiu o clube naquele ano, atualmente ele está no fim de sua gestão.
Então, após a demissão de Paulo César Carpegiani, o treinador interino Zé Augusto precisou assumir a equipe - o que já havia acontecido naquele ano, depois da saída de Emerson Leão. Depois de perder a primeira partida, a equipe sob nova direção deu uma boa resposta no segundo jogo, vencendo o Santos com um gol de Nilton, revelado nas categorias de base - o mesmo que agora aconteceu contra o Bahia.
A vitória deu ao interino a chance de ficar no comando por mais tempo. Foram mais cinco jogos com apenas uma vitória para acabar com a paciência. Somente então o Corinthians trouxe um novo treinador, Nelsinho Baptista, que assumiu o time já na zona de rebaixamento.
Agora, Coelho chega a seu sexto jogo à frente do Timão, com apenas uma vitória, e a equipe já conta com um aproveitamento pior do que o de 2007 no Brasileirão. Ainda com meia rodada para acontecer, o Corinthians está a apenas um ponto do Z-4, e se de fato entrar na zona, é difícil não imaginar que um novo treinador não será contratado rapidamente. Resta saber como a história irá terminar.