Cristiano Ronaldo era o maior destaque individual nesta Copa do Mundo, mas quase jogou tudo isso fora no empate por 1 a 1 com o Irã.
Porque desperdiçou o pênalti que poderia ter dado a vitória, vaga na primeira colocação do Grupo B ou, no mínimo, tranquilidade para um jogo que rendeu um drama além do necessário para os comandados de Fernando Santos.
Mas, acima de tudo, por ter permitido se irritar justamente no jogo em que seus companheiros vinham demonstrando um desempenho melhor na fase ofensiva. Não apenas pelo golaço de Quaresma, a trivela mais efetiva do mundo: oito jogadores diferentes finalizaram, contrastando com os cinco diante da Espanha e três contra Marrocos.
O erro principal de Cristiano foi no lance que quase lhe rendeu um cartão vermelho. Porque ainda que a expulsão direta fosse, na opinião deste que escreve, um exagero (fruto do teatro feito pelo jogador iraniano), a impressão foi de que CR7 desistiu no último segundo de agredir o adversário. Conseguiu: a aparente intenção de cotovelada se transformou em uma tentativa brusca de derrubar o oponente.
Irritação de CR7 quase teve consequências trágicas para Portugal
Só que a imagem em câmera lenta poderia ter levado o árbitro a tomar uma decisão diferente. E que poderia dilacerar a seleção portuguesa.
Afinal de contas, nenhuma equipe candidata ao título na Rússia depende tanto de um só jogador quando Portugal. Os argentinos têm Messi, Aguero, Higuaín, Dybala. Os lusos contam apenas com o camisa 7 no sonho para chegar o mais longe possível. Se a sua liderança faz elevar o nível do selecionado luso, sua irritação gerou consequências proporcionais e a eliminação ainda na primeira fase quase foi uma realidade.
Pela 1ª vez nesta Copa, CR7 não converteu 100% de suas finalizações a gol
O desafio contra o Uruguai, nas oitavas de final, será duro. Até o próximo sábado (30), Fernando Santos terá que melhorar principalmente a recomposição defensiva de seu meio-campo, um dos pontos mais frágeis do selecionado luso. Cristiano terá mais uma chance de ser decisivo pelo seu país, e segue como esperança maior de um resultado positivo. Mas não pode se permitir o desequilíbrio emocional. A diferença de um herói para o vilão em Copas do Mundo está no seu último capítulo.