Cruzeiro cai diante do Racing e perde o título Sul-Americano

A conquista internacional do clube argentino se repetiu, como no já distante ano de 1988, sobre o mesmo rival de hoje, embora naquela ocasião o troféu em disputa fosse a Supercopa. Martirena, aos 14, e 'Maravilla' Martínez, aos 19, abriram uma vantagem sólida no primeiro tempo, mas no segundo Kaio Jorge trouxe o Cruzeiro de volta à luta. Até que o colombiano Martínez, que entrou no lugar de 'Maravilla', em um contra-ataque fulminante, deu o golpe final aos 95 minutos.
A primeira alegria da Academia chegou aos 3 minutos, mas terminou em decepção porque o gol do lateral-direito Gastón Martirena foi anulado pelo VAR por posição irregular prévia de Maximiliano Salas.
O Cruzeiro, que até então mostrava dificuldades para sair de sua área com fluidez, sentiu que seu rival redobrou a aposta para fechar todas as saídas. Os erros se sucederam e, no minuto 14, o meio-campista Walace falhou no passe, a bola foi para a lateral direita e o criativo colombiano Juan Fernando Quintero a cedeu para Martirena. O resto resultou em apoteose.
Inútil saber se o uruguaio despachou um cruzamento para seus companheiros ou um chute intencional, mas o lançamento tomou uma curva que literalmente banhou o goleiro Cássio e se aninhou no fundo da rede. Os comandados de Fernando Diniz pareciam encurralados. E apesar do sol inclemente instalado sobre La Nueva Olla e os 40 graus de temperatura, o Racing não dava indícios de aliviar a pressão.
Aos 19 minutos, o peso do ataque se inclinou para a esquerda, 'Maxi' Salas saiu para um lançamento profundo, ganhou a corrida de João Marcelo e, da linha, soltou um passe rasteiro que superou a reação do zagueiro Villalba, e Adrián 'Maravilla' Martínez, que entrava como um rolo compressor, apenas tocou para o fundo. Dois a zero com o vigésimo nono gol de 'Maravilla', em 47 partidas disputadas no ano, e o décimo que o consagra como artilheiro máximo da Sul-Americana.
Diniz, que no ano passado viveu a consagração ao levar o Fluminense à conquista da Copa Libertadores, não encontrava o antídoto em campo e o buscou no banco com a entrada de Lucas Silva, no lugar do errático Walace. O primeiro tempo terminou apenas com um par de sustos ocasionados pela formação de Belo Horizonte: no minuto 29, Kaio Jorge chutou por cima do travessão e no 42, Lucas Villalba finalizou com brilhantismo, para o brilho do goleiro Gabriel Arias, que conseguiu fazer a defesa.
O segundo tempo foi outra história. Sem a mesma pressão do primeiro, a Academia sentiu o assédio de seu rival. No minuto 53, Kaio Jorge cabeceou um cruzamento aéreo dentro da área. Sua cabeçada exigiu a intervenção de Arias e o rebote foi novamente aproveitado pelo atacante de 22 anos, para marcar o gol de desconto. Sétimo gol na temporada e quinto na Sul-Americana do talentoso camisa nove.
O desgaste físico do conjunto de Avellaneda no primeiro tempo cobrou seu preço e, a partir daí, a partida número 157 da Copa Sul-Americana mostrou um Cruzeiro desesperado e voltado ao ataque. Após uma brilhante atuação, 'Maravilla' Martínez saiu exausto com uma ovação estrondosa, e 'Juanfer', que não conseguiu encontrar a frescura de seu futebol habitual, lutou em vão contra um incômodo no tornozelo que o tirou em silêncio.
O atacante argentino Álvaro Barreal e o lateral Lautaro Díaz entraram para aumentar o poder de fogo do Cruzeiro e a partida entrou nos vinte minutos regulamentares finais em terreno incerto. Os de Diniz com cinco homens fixos no ataque, e os de Costas com o colombiano Martínez no papel de Cavaleiro Solitário para inquietar Cássio.
A missão quase impossível foi cumprida por Martínez com uma corrida fulminante, que fechou a partida no quinto minuto de acréscimo.
November 23, 2024